sexta-feira, 18 de junho de 2010
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Nova Zelândia 1x1 Eslováquia - NZ jogou mais do que esperavam e Eslováquia jogou menos. Empate justo para dois times fracos.
Costa do Marfim 0x0 Portugal - houve quem dissesse que foi um bom jogo. Achei horrível. Mas na média da Copa. Ambos darão trabalho para o Brasil, pois não são times ofensivos. Cristiano Ronaldo começou bem o jogo, acertou a trave, levou umas 2 porradas e apagou. Danny não jogou nada. Drogba voltou de operação no segundo tempo mas tampouco fez algo. Destaque para o habilidoso meia Gervinho, da Costa do Marfim.
Brasil 2x1 Coreia do Norte - Estreia nervosa do Brasil contra um time fraco, mas que não será o saco de pancadas da chave, deve tirar pontos de Costa do Marfim e/ou Portugal. Robinho melhor em campo, Maicon e Michel Bastos bem também. Kaká apagado, não deu nenhuma de suas tradicionais arrancadas pelo meio. Gilberto Silva é o elo mais fraco do time. Felipe Melo e Elano foram bem. A zaga foi melhor atacando que defendendo, ainda que Juan tenha feito bons desarmes. Luís Fabiano sumiu no meio da retranca norte-coreana. Não creio que o Brasil perderá jogos na primeira fase, então a Copa começa mesmo só nas quartas, contra a Holanda.
terça-feira, 15 de junho de 2010
Julio César – sem culpa no gol acabou salvando o Brasil de um constrangimento ainda maior evitando pelo menos outros dois gols certos.
Maicon – Não conseguiu apoiar de forma eficiente, embora tenha tido pouco trabalho já que a Coréia do Norte entendeu que o caminho da felicidade estava do lado oposto do campo
Lucio – A garra de sempre, mas mostrou que está cansado e, quando o cansaço bate, entra em campo aquela falta de jeito que lhe é tão peculiar. Tropeçou na bola pelo menos duas vezes ao tentar sair jogando.
Juan – Ao ser obrigado a cobrir as costas de Michel Alves, acabou deixando a zaga mais exposta do que o normal. Foi bem no primeiro tempo, quando tinha fôlego, e mal no segundo.
Michel Alves – Como lateral, é um meia e talento médio descolado. Péssimo para o time, ótimo para o adversário. Gilberto – Também perdeu a ginga de lateral, mas pelo menos ficou plantado e acabou por estancar a sangria do lado esquerdo da defesa brasileira.
Gilberto Silva – Por que ele ainda é convocado mesmo? Lento, sem brilho, sem fôlego. Foi mal.
Felipe Mello – Não foi expulso.
Elano – Não é volante, não é meia, não é. Taticamente, foi importante, especialmente durante os 15 minutos de bom futebol que a seleção mostrou.
Kaká - Fora de ritmo, for a de forma, não acertou um passe que não fosse lateral e foi anulado pela marcação coreana. Julio Batista – Valente, trombador, acabou dando vida ao ataque brasileiro. Chutou uma bola na trave e fez uma assistência para Robinho, que mandou a bola para além da Cidade do Cabo.
Robinho – Se jogasse metade do que ele acha que joga, ou do que ele tem capacidade para jogar, seria craque (mas aí não seria convocado por Dunga, naturalmente). Muita graça e pouco futebol, como sempre.
Luis Fabiano – Ao lado de Julio Batista, o mais determinado. Mas está visivelmene fora de ritmo e de forma. Como seu reserva se chama Grafite, não tem o que temer.
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Antecipando pautas
Por que o Brasil perdeu a Copa
Por Milly Lacombe
1) Dunga confundiu raça com totalitarismo. Ao buscar apagar aquela imagem de estrelismo e displicência de 2006, impôs regime ditatorial à seleção. Conseguiu formar um grupo fechado, carrancudo e raçudo, mas esqueceu que seria preciso ter variação tática, leveza e ginga para chegar ao topo.
2) O Brasil não sabe mais tocar a bola. O retrato da tragédia pôde ser visto contra a Tanzânia, ainda nos amistosos preparatórios, quando, mesmo diante de um adversário tecnicamente muito fraco, a seleção não foi capaz de executar nenhuma triangulação, nenhuma troca de bola, nenhuma jogada de efeito.
3) Não temos variação tática. Tá certo que o recurso de jogar fechado e sair no contra-ataque é legítimo em determinadas circunstâncias, mas não ter outros recursos táticos e estratégicos fora esse, e numa Copa do Mundo, é morte precoce na certa.
4) Kaká não é armador. Não adianta tentar fazer com que ele tenha a maestria de Alex, Zico, Riquelme, Zidane. Kaká é ponta de lança, bom finalizador, mas jamais será o maestro do time. Ao colocar ele nessa função, o que vimos foi um time sem criatividade e sem armação.
5) Ganso fez falta. Esse era o cara. Ganso é maestro, faz a bola girar, dá ritmo ao jogo, encontra espaços onde parecia não haver nada. Poderia ter nos salvado.
6) Não temos um Messi. Infelizmente, não temos um jogador com os recursos técnicos do argentino, eleito o melhor jogador da Copa. Um cara que consegue se desmarcar como nenhum outro, que faz o papel do armador quando é preciso, que finaliza bem e que confere ao jogo o sentido de arte, seja em um drible, em um lançamento ou em um gol por cobertura.
7) Nos tornamos caretas. Um time que joga de forma careta, estilo papai-mamãe, pode, claro, chegar ao topo. Mas há uma certa poesia quando não conseguem prevalecer. Não há como ser herói e conservador. Todos os heróis da história foram transgressores.
8) Não somos mais tão temidos. Faz 20 anos que não conseguimos jogar como sempre jogamos: criativamente, com dribles e ginga. Vivíamos de temor histórico, mas outras seleções acabaram percebendo que não éramos mais os mesmos e o peso da amarelinha diminuiu.
9) Trocamos o complexo de vira-lata pelo complexo de pitbull. Uma coisa é não nos acharmos merecedores da admiração alheia. A outra é acharmos que somos tão fortes, invencíveis e poderosos que não precisamos sequer estudar o adversário. A derrota para a Costa do Marfim talvez tenha aberto a ferida.
10) A roupa do Dunga. Aquela camisa amarela de bolas verdes debaixo do paletó azul de listas brancas deve ter ofuscado alguns jogadores durante a derrota de 3x0 para o Chile. Só isso explica Michel Alves ter simplesmente parado de correr abruptamente e levado às mãos aos olhos no lance do segundo gol chileno, justamente quando passava bem à frente ao banco brasileiro.
Por que o Brasil venceu a Copa
Por Maurício Svartman
1) Uma seleção hermética
Após o fracasso com o circo de 2006, quando a imprensa teve acesso total aos jogadores, a CBF decidiu mudar tudo: um técnico de estilo militar, duro e inflexível com a imprensa. Deu certo: os jogadores tiveram mais foco e puderam se concentrar exclusivamente na Copa
2) Apelo popular? Aqui não
Assim como Felipão com Romário em 2002, Dunga não deu ouvidos aos apelos da imprensa e do povo brasileiro: deixou Ronaldinho Gaúcho, Ganso e Neymar de fora, dando preferência a lealdade e comprometimento e deixando de lado a "molecagem"
3) Jogo bonito é jogo eficiente
O belo e ofensivo futebol apresentado por Argentina, Espanha e Holanda não alteraram em nada a convicção de Dunga no esquema "defesa e contra-ataque". Antes da Copa, o triunfo da Internazionale sobre o Barcelona na Liga dos Campeões já tinha demonstrado que aquele era o rumo a ser seguido, o que deu confiança ao técnico brasileiro
4) Kaká
O meia brasileiro deixou claro por que foi escolhido um dos melhores jogadores do mundo nas últimas temporadas: suas arrancadas e seus gol foram decisivos para os momentos de falta de criatividade da Seleção
5) Chave fácil
O que deveria ser um grupo da morte se mostrou um caminho fácil para o entrosamento da Seleção. Portugal e Costa do Marfim não deram trabalho, assim como o Chile nas oitavas-de-final. A partir da vitória sobre a Holanda, nas quartas, o Brasil já tinha "aquecido". Enquanto isso, Argentina, Espanha, Itália e Alemanha se matavam do outro lado da chave
6) Defesa forte
Júlio César, Lúcio e Juan confirmaram o posto de melhor defesa do mundo. Os buracos deixados por Michel Bastos na estréia contra a Coreia do Norte foram fechados com a entrada de Gilberto, corrigindo o único defeito da retaguarda brasileira.