quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O pensamento Max Gehringer aplicado ao futebol

1) Neymar tinha 50% de aproveitamento em pênaltis, um índice baixíssimo. Quis bater, Dorival não deixou. Dorival fez o certo.

2) Neymar xingou o técnico, que pediu à diretoria seu afastamento por 15 dias. O problema é que o Santos, que depende muito do atacante, teria Corinthians e Cruzeiro pela frente, rivais diretos na briga pelo título.

3) Nessa hora, Dorival deve ter pensado que poderia prejudicar o clube, os outros jogadores, e até mesmo seu trabalho. Como bem sabe quem aplica em ações, nem sempre o pensamento a longo prazo (conter o ego de Neymar) bate a necessidade imediata (vencer os concorrentes diretos). Um jogo de gancho e uma conversa dura poderiam ter funcionado para todos os envolvidos.

4) A diretoria impôs apenas um jogo de gancho. Dorival fingiu ter aceitado, mas, na hora H, disse à imprensa que a punição perduraria. Pensou que a diretoria santista não faria retaliação. Foi demitido, saiu como símbolo de ética etc etc., mas sua postura "corporativa" não foi das melhores.

5) Imagine se a situação ocorre em uma empresa de jornalismo. Você é um editor e seu melhor repórter desrespeita sua autoridade. Você vai ao diretor de redação e pede uma punição. O diretor aplica a punição que ele considera necessária. Você diz que gostaria de uma maior, mas que aceita a imposta. Só que a descumpre. O que esperaria disso?

Claro que, como diz a Milly, a hierarquia se complica quando o subordinado ganha 5 vezes mais que seu chefe.