quarta-feira, 11 de junho de 2014

Os 15 jogos antes da Copa

As performances dos times campeões nos 15 jogos pré-Copa:

Espanha pré-2010 - 14v1d
Itália pré-2006 - 7v8e
Brasil pré-2002 - 12v1e2d
França pré-1998 - 8v5e2d
Brasil pré-1994 - 10v3e2d
Alemanha pré-1990 - 8v5e2d
Argentina pré-1986 - 6v4e5d
Itália pré-1982 - 6v5e4d
Argentina pré-1978 - 9v3e3d
Alemanha pré-1974 - 9v2e4d
Brasil pré-1970 - 13v1e1d
Inglaterra pré-1966 11v3e1d
Brasil pré-1962 14v1d
Brasil pré-1958 8v3e4d
Alemanha pré-1954 10v3e2d
Uruguai pré-1950 5v2e8d
Itália pré-1938 12v3e
Itália pré-1934 10v2e3d
Uruguai pré-1930 4v6e5d

E as dos times que disputarão esta Copa:

Brasil 14v1d
Espanha 11v2e2d
Bósnia 11v1e3d
Alemanha 10v4e1d
Portugal 10v4e1d
Chile 10v3e2d
Uruguai 10v3e2d
Argélia 10v2e3d
Holanda 9v5e1d
Argentina 9v5e1d
Suíça 9v4e2d
Irã 9v4e2d
Grécia 9v4e2d
EUA 9v3e3d
Bélgica 9v3e3d
Japão 9v2e4d
Rússia 8v5e2d
Colômbia 8v5e2d
França 8v3e4d
Croácia 8v3e4d
Inglaterra 7v6e2d
Nigéria 7v5e3d
Costa do Marfim 7v4e4d
Gana 7v3e5d
México 7v2e6d
Camarões 6v4e5d
Honduras 6v4e5d
Costa Rica 6v2e7d
Coreia do Sul 5v2e8d
Itália 4v8e3d
Austrália 4v4e7d
Equador 3v6e6d

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O caso Flusa e o "sportsmanship"

Me parece claro que o caso Flu-Lusa foi decidido pela política. Li ótimos textos sobre a parte jurídica, como este, do Gustavo Poli, e este, de José Augusto Garcia de Sousa. Outras leituras fundamentais tratam da grandeza do Flu, como esta, da Milly Lacombe, e esta, do Leandro Beguoci.

A Portuguesa foi rebaixada porque é um clube menor que o Fluminense. Mas não vim falar disso.

O que me incomodou nesse processo foi ter lido que "qualquer clube faria o mesmo" -- e ter concordado. Algumas semanas antes, o São Paulo (meu time) impediu a Ponte Preta de jogar em casa porque o regulamento previa que seu estádio deveria ter no mínimo 20 mil lugares, e só tinha capacidade para 19.700 pessoas. É legal, mas é moral? Mesmo que tivesse vencido, teria valido a pena?

Os ingleses fazem uso constante do termo sportsmanship, algo como espírito esportivo ou fair play. A expressão denota que, no esporte, a vitória não deve vir a qualquer custo. É o que move os torcedores ingleses a vaiar jogadores que tentam cavar pênaltis. E o que fez o Arsenal, no fim dos anos 90, oferecer jogar de novo uma partida ganha depois de marcar um gol desobedecendo o fair play numa cobrança de lateral (aqui). Ou, recentemente, um juiz anular um gol do Norwich pelo mesmo motivo (aqui).

A imagem que define o sportsmanship é uma das fotos mais icônicas do esporte no século passado. Os italianos Gino Bartali e Fausto Coppi, os dois maiores ciclistas da época (bom texto sobre a rivalidade aqui), compartilham uma garrafa d'água em plena disputa de Tour de France.

(Fazendo um paralelo com o futebol, no jogo em que a Argentina eliminou o Brasil da Copa de 1990, os hermanos deram uma garrafa d'água com sonífero para o lateral Branco, como admitiu Maradona aqui.)

Vale vencer jogando sujo? Do ponto de vista do clube, há muito dinheiro envolvido. Se a Lusa teve seus direitos de TV diminuídos de R$ 21 milhões para R$ 4 milhões com o rebaixamento, imaginemos quanto teria perdido o Flu. Há uma eleição da CBF chegando e mil outros interesses que nunca saberemos.

Mas vale comemorar? As imagens dos torcedores tricolores soltando fogos em frente ao tribunal assolarão o clube por décadas a fio. É o correspondente esportivo à dancinha de Ângela Guadagnin.

Torcemos por um clube por um único motivo: pertencermos a algo. Se não houvessem torcedores de outros clubes, torcer não faria sentido. O que dá mais orgulho: ver o seu time oferecer a vitória a quem ganhou jogando limpo ou perder em campo mas vencer fora dele? O que te faz chegar de cabeça erguida no trabalho e olhar para torcedores rivais?

Torcedor, a escolha é simples:
a) Passar anos justificando aos rivais (e a si mesmo) que o regulamento foi cumprido
b) Olhar para os rivais e dizer: "Não precisamos disso. Venceremos em campo. Limpo."

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O que queremos das mulheres?

Por Milly Lacombe

A seleção feminina de futebol não deveria existir. Fosse pela vontade da CBF, da grande mídia ou dos patrocinadores, não estaria aí. A seleção feminina existe porque é feita de guerreiras, de mulheres que amam jogar bola e que não se importam em superar humilhações, preconceitos e desprezo. Fazem isso com dribles, fintas, toque de bola, gols espetaculares e muito suor. O mundo aprecia. Nós, nem tanto.

Mas, mesmo com a vergonhosa falta de apoio, elas continuam encantando. Lotam estádios – fora do Brasil, claro – e protagonizam lances de tirar o fôlego. Ver Marta jogar é chegar um pouco mais perto de Deus. Mas quem se importa? Não a CBF, que deixou de mandar para a Copa do Mundo da Alemanha um cozinheiro para alimentar essas meninas. Eram elas que tinham que fazer a própria comida – segundo reportagem do caderno de esportes da Folha de S.Paulo do dia 12 de julho. A masculina sub-17 tem cozinheiro, embora não resultados.

Ainda assim, exigimos que elas vençam tudo, mais ou menos como se exige do sujeito que vai pedir empréstimo em banco uma prova de que ele não precisa da dele – imóveis, salários altos, terrenos.

Nunca demos nada para essas moças, mas a vitória é mandatória. “Acostumadas a perder” foi uma das manchetes do dia seguinte à derrota para os Estados Unidos. “Acostumadas a sofrer” teria sido uma chamada mais apropriada.

A maioria não tem time, não tem salário, não tem renda. Ainda assim, insiste em jogar bola com a camisa amarela. Quando elas vencem, acreditam, por ingenuidade talvez, que receberão um prêmio em dinheiro, que ou não é pago ou demora anos para chegar.

Embora nunca tenhamos dado nada a elas a não ser preconceito em doses fartas, já foram campeãs do mundo e da América. Os títulos não alteraram o status com a CBF, com a Globo, com empresários, com quem quer se seja. Mas o planeta viu, e aplaudiu.

Enquanto Marta aplica lençóis sublimes e poéticos que a deixam na cara do gol, a gente vê Robinho enrolar com a bola de um lado para o outro, vê Daniel Alves gastar mais tempo com o penteado do que com a bola nos pés, vê Neymar levantar a gola da camisa e procurar pelas câmeras logo depois de acertar um passe lateral.

Para cada jogador, dez membros do staff da CBF: roupeiros, seguranças, assessores de imprensa, fotógrafos, cinegrafistas. O clique é bem-vindo, estão todos devidamente engomados para recebê-lo. A arte hoje está no acessório. A pátria de chuteiras é agora a CBF de chuteiras, até Nelson concordaria. Como torcer por esse estado de coisas?

Há como. Não vem com o coração, mas alguns acreditam que é torcer mesmo assim.

As câmeras e os analistas, por exemplo, gastam incontáveis minutos esmiuçando Mano. “Ah, vejam como suas sobrancelhas indicam a tensão que viveu naquele momento”. “Olhem como Mano comemorou o gol, que felicidade”. “Percebam como Mano comanda o time do banco, os gestos claros e diretos.” “Notem como coça o nariz com elegância o Mano”. Em cima dele, dez câmeras capazes de decodificar para o show do intervalo cada mínima atitude, cada bufada, cada piscada. Os sublimes lençóis de Marta quase nem VT tiveram.

Outra dúzia de câmeras está sobre Neymar. A bola não importa mais, importa apenas ver a movimentação do novo messias. Deu dois chutes a gol, mas como corre, como se movimenta, como pede a bola - como cai. Tudo ali, detalhadamente registrado por um arsenal midiático. Formiga, cinco mundiais nas costas, sai de campo sem registro para a posteridade.

A seleção feminina vai continuar a perder. Vai perder para mulheres que treinam mais, correm mais, confiam mais, recebem mais (moral, dinheiro, aplausos, status). Vai perder para o preconceito, para o pouco caso, para o status-quo. Mas serão derrotas memoráveis e comoventes, sobre as quais choraremos e nos comoveremos - e já é muito mais do que a seleção masculina tem oferecido há muitos anos. Por eles, quem hoje se comove?

A seleção feminina não sabe ganhar porque a essas moças sempre foi ensinado que não poderiam sequer jogar – futebol é coisa de homem, mulher que joga bola é sapatão, viva o escrete masculino nacional. Tudo é moral, e nossas meninas não receberam isso.

Quando a seleção feminina joga, o resultado não deveria importar. O que entra com elas é honra, nobreza, poesia e pureza. Bastaria para que aplaudíssemos sempre. Bastaria para que recebessem a melhor manchete em qualquer circunstância, mesmo depois da derrota que não deveria ter acontecido. O que elas arrastam para dentro do campo são nossos valores mais caros e raros.

Apenas nos resta continuar a ver os homens, sempre em horário nobre, tocar a bola de um lado para o outro sem a preocupação de entreter ou encantar. Estão ali para seduzir empresários, não o povo.

Mas chega porque hoje tem mais futebol: Robinho e Cia contra o duríssimo Equador. E os olhos da nação estarão sobre eles. Jogão.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O Brasil na pré-Libertadores

2005

2/fev Tacuary (PAR) 2x2 Palmeiras [Lorenzo Silva 27, Carlos Leite 82; Magrão 36, Warley 57]
9/fev Palmeiras 2x0 Tacuary (PAR) [Ricardinho 3, 90]

2006
25/jan Palmeiras 2x0 Deportivo Táchira (VEN) [Marcinho 19, Gamarra 49]
1º/fev Deportivo Táchira (VEN) 2x4 Palmeiras [Juan García 69, Jhonny González 73; Washington 13, 45, Edmundo 60, Marcinho 73]

26/jan Deportivo Cuenca (EQU) 1x1 Goiás [Holguer Matamoros 57; Rogério Corrêa 14]
1º/fev Goiás 3x0 Deportivo Cuenca (EQU) [Jadílson 29, Romerito 75, 81]

2007
31/jan Blooming (BOL) 0x1 Santos [Pedro 48]
7/fev Santos 5x0 Blooming (BOL) [Cléber Santana 2, 28, Rodrigo Tiuí 36, 83, Marcos Aurélio 76]

1º/fev Cobreloa (CHI) 0x2 Paraná [Henrique 15, Josiel 88]
7/fev Paraná 1x1 Cobreloa (CHI) [Lima 75; Rodrigo Mannara 89]

2008
30/jan Cruzeiro 3x1 Cerro Porteño (PAR) [Ramires 40, 89, Marcelo Moreno 55; Nelson Cabrera 74pen]
6/fev Cerro Porteño (PAR) 2x3 Cruzeiro [Lorgio Alvarez 42, 63; Thiago Heleno 5, Marcelo Moreno 53pen, Ramires 57]

2009
29/jan Palmeiras 5x1 Real Potosí (BOL) [Keirrison 3, 20pen, Diego Souza 39, Cleiton Xavier 58, Edmilson 90+1; Edemir Rodríguez 22]
4/fev Real Potosí (BOL) 0x2 Palmeiras [Cleiton Xavier 29, Keirrison 74]

2010
27/jan Real Potosí (BOL) 1x1 Cruzeiro [Roberto Correa 87; Wellington Paulista 7]
3/fev Cruzeiro 7x0 Real Potosí (BOL) [Wellington Paulista 28, Thiago Ribeiro 30, Kleber 39, Jonathan 45, Eliandro 87, Bernardo 88, Joffre Guerrón 90+1]

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

domingo, 21 de novembro de 2010

O boxe brasileiro é uma farsa

Este blog é de futebol, mas está tão parado que acho que a @millylacombe não vai se incomodar se eu falar de boxe. A história que vou contar se passou em 2003. Eu cursava jornalismo na Cásper Líbero e participei de um bom curso de Jornalismo Esportivo com o Elias Awad. Numa das aulas, ele nos levou para gravar passagens no Ginásio Baby Barioni, onde ocorriam lutas de boxe amador e profissional.

A memória me falha em boa parte daquela noite, mas algumas coisas ficaram marcadas. A luta principal da noite era entre um brasileiro (aparentemente um fenômeno do boxe, com 8 vitórias em 8 lutas, todas por nocaute, ou algo assim) e um argentino. Fui entrevistar o brasileiro no vestiário, e o cara estava mais calmo que um mestre zen jamaicano. Nada de adrenalina, nada de ansiedade, apenas a certeza da vitória. Pensei: "o cara deve ser muito foda, autoconfiança imensa".

Entrevistamos mais algumas pessoas, e uma fala me deixou ressabiado: um frequentador disse que era necessário fazer um bom cartel para o cara poder sair do país ou disputar cinturão, ou algo que não me lembro ao certo. (Não entendo muito de boxe, então essa parte técnica me escapa.) E começou a luta.

O brasileiro batia e o argentino, mais gordinho que o dominicano que enfrentou o Michael Oliveira ontem, apenas se defendia, fingia que jogava uns golpes aqui e ali. Nesta hora me dei conta da armação, porém havia ainda a possibilidade de o brasileiro simplesmente ser bom demais para o cara. Mas aí veio o nocaute.

Um golpe na barriga, que não acertou seu alvo, apenas o ar (disto tenho certeza, eu estava a 2 metros do lance), e o argentino foi abaixo. E não levantou mais. Pensei em crise de apendicite ou algo assim, porque aquele golpe não derrubaria nem a menina Maísa. Enfim, o brasileiro ganhou, comemorou, melhorou seu cartel e o argentino certamente levou alguma graninha.

Filmes hollywoodianos já mostraram as armações que ocorrem no boxe de lá, mas a imagem que ficou em minha cabeça não foi gravada em estúdio. Posso afirmar, com certeza, que eu presenciei uma farsa. E, quando vejo uma luta muito fácil por aqui, que me desculpem os boxeadores honestos, sempre desconfio.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O pensamento Max Gehringer aplicado ao futebol

1) Neymar tinha 50% de aproveitamento em pênaltis, um índice baixíssimo. Quis bater, Dorival não deixou. Dorival fez o certo.

2) Neymar xingou o técnico, que pediu à diretoria seu afastamento por 15 dias. O problema é que o Santos, que depende muito do atacante, teria Corinthians e Cruzeiro pela frente, rivais diretos na briga pelo título.

3) Nessa hora, Dorival deve ter pensado que poderia prejudicar o clube, os outros jogadores, e até mesmo seu trabalho. Como bem sabe quem aplica em ações, nem sempre o pensamento a longo prazo (conter o ego de Neymar) bate a necessidade imediata (vencer os concorrentes diretos). Um jogo de gancho e uma conversa dura poderiam ter funcionado para todos os envolvidos.

4) A diretoria impôs apenas um jogo de gancho. Dorival fingiu ter aceitado, mas, na hora H, disse à imprensa que a punição perduraria. Pensou que a diretoria santista não faria retaliação. Foi demitido, saiu como símbolo de ética etc etc., mas sua postura "corporativa" não foi das melhores.

5) Imagine se a situação ocorre em uma empresa de jornalismo. Você é um editor e seu melhor repórter desrespeita sua autoridade. Você vai ao diretor de redação e pede uma punição. O diretor aplica a punição que ele considera necessária. Você diz que gostaria de uma maior, mas que aceita a imposta. Só que a descumpre. O que esperaria disso?

Claro que, como diz a Milly, a hierarquia se complica quando o subordinado ganha 5 vezes mais que seu chefe.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A rodada que sempre temi

Não é verdade que só o corintiano sabe o que é ser corintiano. Eu não sou corintiana e vou contar que sei o que é ser corintiana.

Também não é verdade que o corintiano já nasce assim. Eu não nasci corintiana. Não fui, e não sou, corintiana até meus 30 anos – há 13, portanto.

É por isso que na pele de uma autêntica não corintiana posso dar meu depoimento sobre o que é ser corintiana.

Sou torcedora do Fluminense. Cresci tricolor de coração, graças a meu pai, que depositou em mim o amor pelo Flu e, acima de qualquer crença, pelo futebol – e a quem, por essa e infinitas outras, devo eterna gratidão.

Fui uma criança fanática pelo jogo de bola, para desespero de minha mãe, que preferiria me ver de cabelos penteados e brincando de boneca.

E, como qualquer criança abençoada pela paixão clubística, aos sete anos, muito por culpa de Zico, eu tinha plena noção do que era sofrer.

Aos oito, já tinha entendido que não seria possível passar por essa aventura terrestre sem mergulhar em profunda dor.

E aos 10, mesmo não sabendo disso de forma racional, intuí que, de todas as grandezas do futebol, ensinar a sofrer talvez fosse a maior delas.

Passei pela adolescência tendo em mim o registro de sofrimentos profundos e a consciência de que deles eu sairia.

Não sei como teria conseguido atravessar os momentos mais escuros da vida adulta sem esse entendimento

Por isso, graças ao jogo, saí da adolescência com a noção de que, assim como nossa própria existência, o futebol não deve ser explicado ou reduzido a estatísticas, sob pena de tirarmos dele a maior de suas belezas.

Exatamente como o ser humano, que quando dissecado perde a alma, o futebol se decompõe se visto sob ótica puramente aritimética.

Trata-se de um jogo que deve ser, acima de tudo, sentido.

Entrar no Maraca e me misturar aos que estavam vestidos como eu, aos que cantavam como eu, aos que vibravam comigo e, especialmente, àqueles que sofriam minha dor passou a ser fundamental.

Não há no mundo comunhão maior do que dividir com alguém o sofrimento.

Muito mais do que na alegria, é na dor que nos reencontramos.

A torcida do Fluminense nunca foi a maior, mas sempre me emocionou às vísceras. Na vitória e na derrota.

Estar ali quando Washington colocou, de cabeça, a bola nas redes aos 48 do segundo tempo durante o mata-mata de Libertadores foi das experiências mais sobrenaturais que já provei.

A mesma sensação de fazer amor com a mulher de seus sonhos, de ficar entorpecida de paixão depois de uma noite de total entrega, de acordar no dia seguinte e pensar que o mundo é lindo, que a vida vale a pena, que experiência humana não é em vão, que existe um motivo.

O Fluminense fez isso por mim.

Incontáveis vezes, desde os meus cinco anos, o Fluminense me fez estar possuída por um Deus.

Nada glorifica mais do que a vitória, ainda mais quando ela nos é oferecida no finalzinho do jogo.

Mas não demorei a entender que só uma coisa nos humaniza – a derrota.

Só ela nos solidariza, nos une, nos resgata da ilusão.

O caos é, afinal, a origem de tudo. A partir dele, nos formamos e amadurecemos.

Enquanto isso, a vitória tem a diabólica qualidade de revelar nosso lado mais pernóstico, egocêntrico e arrogante.

Vencer é preciso, mas perder é fundamental – e isso o futebol me ensinou.

Em 1976, já morando em São Paulo, por motivos óbvios odiei o Corinthians acima de todas as coisas e declarei, na nova cidade, que seria são-paulina, movida pela vã ilusão de que um time você pode escolher como pega uma calça jeans na loja – experimentando e tornando sua aquela que melhor servir.

O São Paulo era escolha natural; time de meu irmão e tricolor como meu Flu.

Até pegar o São Paulo como segundo time, até ver o meu Maraca dolorosamente invadido em 1976, gostava de dizer a quem perguntasse que, em Oslo ou em Xangai, eu era torcedora do Fluminense.

E sonhava com o dia em que seria famosa, concederia educadamente uma entrevista e declararia ao entrevistador: Sou Fluminense aqui, na China e na lua. A resposta estava pronta desde os cinco anos.

Em 1977, mobilizei a casa aos prantos, gritos e esperneios exigindo que me levassem ao Morumbi para ver o Corinthians perder para a Ponte. Era minha forra particular.

Minha mãe, exausta com aquele escândalo, me arrastou pelos braços e me levou ao jogo, sob protestos de meu pai que dizia que éramos loucas.

Éramos. Somos.

Em dias de jogos normais, ao Morumbi íamos meu pai, meu irmão e eu. Depois, Sergio, o primeiro namorado e o primeiro namorado são-paulino em minha vida. Depois, Marco Fabio, o segundo namorado são-paulino, com quem eu passava tardes de domingo no Morumbi, para onde íamos a pé de sua casa.

Os anos foram seguindo e, diante da necessidade de esconder minha homossexualidade, o futebol perdeu um pouco do colorido.

Permanecer dentro do armário bravamente era meu único objetivo – e esse troço dava trabalho demais.

Em 1996, fui morar na Califórnia e, ainda sem a conveniência de um canal internacional de jogos e com a internet engatinhando, acabei me afastando completamente do esporte que tanto amei.

O que se revelou uma benção, porque não vi meu Flu na terceira divisão, embora alguns colegas de infância tivessem se dado ao trabalho de me zombar além-mar.

De volta a São Paulo depois de seis anos, desembarquei em família vitaminada por são-paulinos: fora o irmão, agora um total de três sobrinhos e dois cunhados completavam o elenco tricolor.

Minha mãe, italiana que chegou ao Brasil aos 15 anos, largou o Palmeiras e, em nome da alegria da prole, se fez são-paulina.

Foi quando se consumou a tragédia.

Já namorando mulheres oficialmente, acabei me apaixonando por uma que tinha esse grave defeito: torcia para o Corinthians.

Torcia, modo de dizer.

Descabelava-se. Chutava pé de mesa. Virava cambalhotas. Arrancava o couro cabeludo.

Tive, portanto, nenhuma chance de dizer não quando ela, sabendo de meu interesse pelo futebol, fez o convite para que fossemos ao Pacaembu.

Pacaembu, palco estranho naqueles meus 25 anos de vida em campos de futebol. Maracanã, Laranjeiras, Morumbi e até Canindé me eram mais familiares. Mas, resignada pelo poder da nova paixão, me arrastei com ela para o estádio.

Corinthians e Internacional. Jogo que não valia muita coisa, mas a casa estava cheia.

Na numerada, me comportei como deve se comportar o torcedor misturado aos rivais: da forma mais discreta possível. E logo no primeiro tempo, a alegria: gol do Inter.

E nessa hora o tempo deu uma parada.

Quem freqüenta estádios sabe que não há silêncio mais profundo do que aquele que se faz depois do gol do time de fora. Duro, seco, melancólico. A falta de som que só a incredulidade oferece.

Por outro lado, para o invasor invisível, trata-se de um silêncio repleto de prazer, cheio de doces nuances – ah, como é bom saborear a dor do rival olhando dentro dos olhos dele. Tão demasiadamente humano.

Foi precisamente esse silêncio que eu esperava ouvir naquela tarde.

E talvez tenha sido esse o instante em que tudo mudou. Talvez. Quase dez anos depois, não tenho como precisar.

Estava eu remoendo minha alegria solitária de ver o Corinthians sofrer um gol quando a torcida explodiu gritando Timão Eô Eô.

O que era aquilo? Que imbecis, pensei. O gol foi contra eles. Tontos. Malucos. Loucos.

Levemente chocada, tive que rir um pouco mais da atitude patética.

Naquela tarde, um sábado se não me engano, saí do estádio ainda sem saber que tinha sido para sempre alterada.

Os meses se passaram e eu repeti incontáveis vezes as idas ao Pacaembu.

Buscava, hoje sei, ouvir novamente uma torcida explodir na hora indevida.

Buscava a comemoração de um carrinho no meio de campo. Buscava contemplar a paixão de uma torcida capaz de vibrar com a bola chutada para a arquibancada, capaz de cair de joelhos por um lateral bem batido, capaz de começar a cantar o hino do clube sem motivo no meio de um jogo que nada vale.

Buscava o inimaginável, o impossível, aquilo que só os doidos, os alucinados, os destemperados alcançam. E o Corinthians foi me dando tudo isso, como que por encomenda.

Entrar no Pacaembu no embalo do canto da fiel passou a ser o que mais queria durante a semana. Sentir a pele arrepiada, os olhos cheios d’agua ouvindo 30 mil vozes vibrar com um gol sofrido. Doidos que me encantavam. Malucos que me provavam viva.

Até que um dia me peguei aos prantos depois de uma derrota.

Dizem por aí que o corintiano se revela na dor. Meu corintianismo, pelo menos, foi assim revelado.

O Fluminense me ensinou a sofrer, me mostrou que a alegria e o êxtase só podem ser colocados em perspectiva diante do registro da dor e do desgosto.

E o Corinthians me ensinou que podemos entrar na dor e saboreá-la de um jeito estranho, mas necessário. Que podemos deixar que ela fique ali, que cumpra seu papel, que continue a nos humanizar e a nos revelar.

E que talvez exista uma forma de celebrá-la, de ritualizá-la, de deixar que ela nos reconecte à realidade – uma propriedade que só a tristeza oferece; nunca a alegria.

O Corinthians me mostrou que existe poesia na dor.

Acho que quase todo mundo já experimentou a agridoce sensação de se apaixonar por alguém que não devia. De se sentir traindo um grande amor. De se envergonhar pelo sentimento inadequado.

Foi isso o que senti naquele dia. Estava apaixonada por um time que não era o meu. Doida de amor por cores que não eram as corretas.

Meu pai, que me deixou cedo demais, talvez pudesse me entender; ou, como fazia tão bem, me explicar. Mas ele não estava mais.

Amar duas pessoas não é impossível, como quase todos sabem. Socialmente, e por convenção, temos que a paixão dupla é proibida, é imoral, é vergonhosa.

Entre paredes, entretanto, sabemos que não é bem assim.

Virei uma ilha. Única alvinegra cercada por uma multidão de são-paulinos: nove sobrinhos, um irmão, dois cunhados e, mais recentemente, o amor de minha vida, a mulher com quem passarei os próximos 50 anos, se ela assim deixar.

Eram, até o fechamento desta edição, 13 – ou 14 se contarmos outro tricolor por quem me apaixonei, Mauricio Svartman -, a me perseguir e me azucrinar.

Para minha desgraça particular, são são-paulinas as pessoas que mais amo no mundo.

Mas experimentar esse corintianismo me permitiu alcançar um estado de espírito que, se atingido mais vezes e por mais pessoas, até por mim em diferentes situações da vida, poderia melhorar o mundo – você na pele do rival.

Você sentindo o que sente o outro. Você vivendo a dor e a delícia de ser seu próprio inimigo. A cura pela troca. A benevolência pela inversão de papéis.

Como nunca fui muito dada a convenções, decidi assumir as duas camisas.

Achando, claro, que dificilmente teria que conviver com a trágica situação atual: meus dois times liderando o campeonato.

Então, toda essa enrolação foi para dizer que os dias de rodada não têm sido fáceis. Sentimentos misturados, contradições dolorosas, sensações bipolares, saudade monstro de meu pai.

O que fazer?

Talvez o melhor seja mesmo tomar a atitude da menina que se vê flagrada pelo namorado enquanto saboreia um sorvete com o amante na praça em pleno sábado à tarde: pegar minha parte do doce, sair de fininho e deixar que se entendam.

domingo, 22 de agosto de 2010


Um dos meus blogs favoritos de futebol, o Run of Play, feito por Brian Phillips (@runofplay), que escreve para a Slate, está organizando uma Pelé week, com textos (em inglês) sobre o extraterrestre brasileiro. Recomendo todos.

10/8 - Is Pelé Underrated?
16/8 - The End

É estranho termos de recorrer a estrangeiros para ler textos sobre Pelé, não? As últimas reflexões decentes que li por aqui foram de... Nelson Rodrigues?

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

domingo, 8 de agosto de 2010

Profeta Muricy

Sempre gostei do Muricy. Quando ele voltou ao São Paulo, falei: "quero este cara por 10 anos no meu time." Homem íntegro, profissional dedicado, transparente. Alguns anos antes, quando eu era um estagiário e cobria o São Caetano, lembro de um treino no qual eu era o único jornalista presente. Fiz algumas perguntas ele foi direto (grosso?). Pensei: "só porque eu sou estagiário". Dias depois, com vários jornalistas presentes, ele foi igualmente grosso (direto?) com gente de grandes veículos. O cara não muda de acordo com a situação, pensei. Sempre gostei dele.

Veio o tricampeonato brasileiro e, mesmo em 2007, ano da defesa intransponível, eu não tinha gosto em ver o São Paulo jogar. Era um futebol eficiente, mas feio. E eu queria a volta de um Tricolor de anos anteriores, mesmo pós-Telê, em 1998, 2000, que encantava (mas só ganhava Paulistinhas). Mesmo assim, sempre defendi o Muricy. Mesmo com as sucessivas quedas em Libertadores. (Tenho a teoria de que há técnicos motivadores, bons para mata-mata, e técnicos de longo prazo, bons para pontos corridos. Muricy de hoje e Luxemburgo de outras épocas seriam os melhores exemplos do segundo caso, Felipão do primeiro. Para a Seleção, claro, o melhor é o técnico motivador.)

Muricy costuma dizer que passa suas horas vagas vendo jogos europeus. É um baita estudioso do futebol. Está sempre a par das inovações táticas que surgem lá fora. Não se espelha no Barça, está mais para a Inter.

Hoje percebo que Muricy foi um dos primeiros por aqui, e de longe o mais competente, a antever o que vimos na última Copa do Mundo. Ele sabia, já em 2006 – ou antes, no Inter –, que estávamos no começo da segunda era do futebol total. Mas hoje, em vez de todos defenderem e atacarem e trocarem de posição a todo momento, todos marcam incessantemente o campo todo. É o futebol total da defesa. É feio. E tem ganhado títulos.

Muricy baseou seu São Paulo nos volantes, e teve uma bela safra, com Mineiro e Josué, Richarlyson, Jean e Hernanes. Abriu mão dos centroavantes – teve de aceitar Adriano (quem não aceitaria?) e viu o Imperador ter uma bela performance pessoal, mas arruinar a tática que vinha funcionando. Depois o São Paulo ainda teria Washington, outro com boa média de gols, mas ruim para o esquema da equipe. (No hiato de títulos que o São Paulo teve, imperaram os artilheiros: Dodô, França, Luís Fabiano, Grafite...)

Luxemburgo parou no tempo. Duvido que ainda estude futebol ou atualize suas táticas, outrora vencedoras. Felipão segue sendo mais motivador que qualquer outra coisa, mas está ainda mais atrasado. O Santos de Dorival Jr. é baseado em talentos, lembra mais a Argentina da Copa que o Barça. E Muricy lidera outro Brasileirão. E segue grosso (direto?). Sempre gostei dele.

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Os técnicos do São Paulo que acompanhei, em ordem de preferência PESSOAL:

1) Telê Santana (1990-1995)
2) Muricy Ramalho (1996, 1996-1997, 2006-2009)
3) Leão (2004-2005) - grande mala, mas preparou o time que viria a ser campeão mundial
4) Cuca (2004) - semblante loser, mas grande motivador, vi belas viradas
5) Levir Culpi (2000) - ótimo time vice da Copa do Brasil
6) Dario Pereyra (1997-1998) - muito gente boa
7) Roberto Rojas (2003) - idem
8) Nelsinho Baptista (1998, 2001-2002) - final do Paulistão-1998 foi linda
9) Oswaldo de Oliveira (2002-2003) - 10 vitórias seguidas no Brasileirão-2002
10) Paulo Autuori (2005) - campeão da Libertadores e Mundial? nunca me convenceu
11) Ricardo Gomes (2009-2010) - burro. só não fica mais p/ baixo pela reação em 2009
12) Vadão (2001) - nem lembro direito
13) Parreira (1996) - chegou falando em jogar no 3-7-0. foi derrubado pelos jogadores.
14) Paulo César Carpegiani (1999) - medíocre
15) Mario Sergio (1998) - ah, o horror... e ainda proibiu Ceni de bater faltas.

terça-feira, 13 de julho de 2010

A Copa no Brasil: por que ainda torço pelo Canadá 2014

Não tem como não se emocionar com esses vídeos promocionais que pipocam aqui e ali exibindo as belezas brasileiras com música de fundo; imagens aéreas de praias ensolaradas, vegetação densa, céu azul, ruas limpas, trânsito fluindo, gente sorrindo nas ruas, pagode no bar com os amigos – tudo tão colorido, edificante e cheio de vida. Ainda mais comovente se a musiquinha for Aquarela do Brasil; é aquele troço que flerta com o cafona, mas que arrepia a ponto de você querer ter saído de casa com uma camisa de mangas longas.

Ah, Brasil, que maravilha de lugar, que grande benção ter nascido aqui. Certíssima a FIFA de nos escolher como sede, não? Somos mesmo o máximo. E como é fácil tocar nossa emoção, sempre tão pronta para explodir em samba, pagode ou bumba-meu-boi.

Mais fácil ainda manipular a opinião pública usando esse tipo de sentimentalismo mentiroso que, aliás, deverá nos assolar entre hoje e 2014 (ou 2016).

Portanto, é hora de despertar desse estado de dormência em que normalmente vivemos. Hora de deixar tanto sentimento de lado, especialmente porque o resgate midiático da emoção de sediar uma Copa está sendo feito com muita hipocrisia e manipulações toscas, como de costume.

O vídeo que deveria ser mostrado era um que viesse acompanhado de um funk misógeno e sexista e que exibisse imagens de ruas cheias de lixo e buracos, gente inocente sangrando, marmanjos fazendo coisas privadas em lugares públicos, cadeias lotadas, engravatados tramando o próximo golpe no dinheiro público, transporte público com gente saindo pela janela no fim do expediente, estádios vazios e caindo aos pedaços, famílias vivendo sem saneamento básico, filas nos SUS, escolas carentes de carteiras e quadro-negro ... mas esse é o filme que Meirelles não vai fazer.

Portanto, só nos resta tentar entender quem ganha quando um país com altíssimos índices de corrupção e baixos de desenvolvimento humano como o Brasil é eleito sede de um evento dessa magnitude? O povo certamente não é, embora as justificativas sejam muitas: “ah, teremos aeroportos novos, metrô para todos, estádios de primeiro mundo”.

O diabo é que já deveríamos ter tudo isso. Afinal, não saímos por aí bradando ser um dos grandes emergentes? Queremos um lugar no conselho de segurança da ONU e outro no G8 e, recentemente, emprestamos dinheiro ao FMI. Por que então nem todos têm saneamento básico ou acesso à educação? Por que mesmo ainda é preciso dar um prato de comida em troca de voto (uma troca subliminar, claro, e que só pode ser entendida assim por quem teve a privilégio de ter acesso à educação, o que, pensando bem, explica por que nem todos têm acesso à educação. Alimento intelectual e moral para o povão acaba saindo muito caro para quem pretende se perpetuar no poder).

Usar a Copa ou a Olimpíada como desculpa para dar ao cidadão brasileiro coisas que ele já deveria ter é como ir ao banco e ser autorizado pelo gerente a sacar mais do que o limite diário permitido – fica parecendo que o gerente fez um enorme favor quando era apenas obrigação da empresa simplesmente porque o dinheiro é seu e você paga, e paga muito, para que o banco deixe ele ali guardadinho. Ou seja, é malandragem, é uso indevido da nossa ingenuidade.

A CBF não muda seu comandante há 20 anos e, nesse período, o que exatamente melhorou no futebol do país a não ser o vertiginoso aumento de receita da própria CBF? Não temos um estádio que seja minimamente adequado aos tais padrões FIFA. Nem umzinho, embora façamos questão de sair por aí dizendo que somos o país do futebol. Mas se os caras estão no poder há 20 anos e não conseguiram nos dar um estádio decente, nem compra de ingressos sem fila, nem lugares marcados, nem o fim da violência e do vandalismo, nem uma série de outras coisas tão básicas para a dignidade do torcedor, por que mesmo eles continuam no comando, e de quebra são agora os líderes do Comitê da Copa?

O sonoro fracasso de duas décadas de comando não é prova suficientemente forte de que esse pessoal é, na melhor das hipóteses, incompetente para administrar o futebol brasileiro? “Ah, olha, 20 anos no poder e as coisas continuam tão podres como em 1970. Então, pela façanha, vocês ficam com o direito de sediar a Copa de 2014, e fazemos questão de ter na liderança do Comitê da Copa o mesmo cara que com 20 anos de poder nada mudou no futebol brasileiro. De preferência ao lado de algum membro de sua família” – Tutupish.

Não há como ganharmos com isso. Pior: não apenas deixaremos de ganhar, como pagaremos pela farra. Lula exigiu publicamente transparência de Ricardo Teixeira na organização da Copa, mas sabemos que o conceito de transparência de Lula é tão claro quanto uma noite nublada em praia deserta, então a exigência só não fez Ricardo Teixeira se contorcer no chão em risadas histéricas porque, todos sabem, Teixeira é a representação tridimensional da carranca e não ri faz 128 anos.

Mas é bom que lembrar, a partir de hoje e até 2014, a cada obra aprovada sem licitação, a cada tijolo superfaturado, a cada autorização de dinheiro do BNDES para construção de estádios, será o nosso dinheiro que estará sendo usado indevidamente, e usado para que meia dúzia de homens fiquem bastante mais ricos e milhões de brasileiros sensivelmente mais pobres.

Por isso ainda sonho com o Canadá, que poderia receber a Copa amanhã sem prejuízo financeiro para seu cidadão.

Mas vai, Brasil. Vai que o Hexa está a caminho. E com ele todo o superfaturamento será esquecido.

sábado, 10 de julho de 2010

Com atraso, sobre a crítica de Maradona ao golaço de Luís Fabiano

Maradona fez o segundo gol mais bonito das Copas (depois, claro, do gol de Carlos Alberto) em 1986, 2 anos depois de chegar ao Napoli. E já disse que fez uso de cocaína por anos no clube italiano, sem nunca ser pego no antidoping (usava a urina de outro, tinha cobertura da Máfia). Ou seja, tudo leva a crer que o argentino cheirava durante a Copa de 1986.

Os gols de Maradona contra a Inglaterra – e no resto da Copa – foram sob efeito de cocaína.

PORRA, MARADONA, QUEM É VOCÊ PARA FALAR DO GOL DO LUÍS FABIANO?

(e desculpem o atraso)
Disputa do 3º lugar

A briga pelo bronze tem boa média de gols histórica: 3,93 por jogo. Mas hoje, pelo menos para os brasileiros, só se resumirá à torcida contra (ou a favor de) Miroslav Klose, a quem falta 1 gol para alcançar Ronaldo como o maior artilheiro das Copas do Mundo.

34 Alemanha Oc. 3x2 Áustria
38 Brasil 4x2 Suécia - Brasil perdia por 2x0
54 Áustria 3x1 Uruguai
58 França 6x3 Alemanha Oc. - 4 do Fontaine
62 Chile 1x0 Iugoslávia
66 Portugal 2x1 URSS
70 Alemanha Oc. 1x0 Uruguai
74 Polônia 1x0 Brasil - porrada do Leão em Marinho Chagas
78 Brasil 2x1 Itália - golaço do Nelinho
82 Polônia 3x2 França
86 França 4x2 Bélgica
90 Itália 2x1 Inglaterra
94 Suécia 4x0 Bulgária - Stoichkov precisava de 1 gol p/ ser artilheiro da Copa
98 Croácia 2x1 Holanda
02 Turquia 3x2 Coreia do S. - gol mais rápido das copas
06 Alemanha 3x1 Portugal

Obs.: 30 e 50 não teve

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Os gols da final

A Holanda marcou 3 gols no primeiro tempo e 9 no segundo nesta Copa do Mundo. A Espanha é mais "equilibrada". Confira:

Holanda
0-15 min: 0
15-30 min: 2 (Robben, Van Bronckhorst)
30-45 min: 1 (Van Persie)
45-60 min: 3 (Sneijder, contra (2))
60-75 min: 3 (Sneijder (2), Robben)
75-90 min: 3 (Kuyt, Huntelaar, Sneijder)

Espanha
0-15 min: 0
15-30 min: 2 (Villa (2))
30-45 min: 1 (Iniesta)
45-60 min: 1 (Villa)
60-75 min: 2 (Villa, Puyol)
75-90 min: 1 (Villa)

terça-feira, 6 de julho de 2010

Uruguai x Holanda