sábado, 3 de julho de 2010

Como os 23 de Dunga saem da Copa de 2010?

Goleiros

Júlio César
Não fez uma Copa espetacular como Marcos-2002, nem mesmo chegou ao nível de Dida-2006, mas somente porque não foi tão exigido quanto os anteriores. É um dos melhores goleiros do mundo e, mesmo tendo falhado no pior momento possível, deve continuar até surgir um substituto à altura.
Moral: segue na mesma
Idade em 2014: 34 anos

Gomes e Doni
Não jogaram a Copa e nem devem voltar à Seleção Brasileira.
Morais: seguem na mesma
Idades em 2014: 33 e 34 anos, respectivamente

Laterais-direitos

Maicon
Fez uma grande Copa do Mundo e figura entre os melhores de sua posição. Defende bem, ataca bem e sabe até cruzar - uma evolução para quem aguentou Cafu por tanto tempo.
Moral: sai melhor do que chegou
Idade em 2014: 32 anos

Daniel Alves
Antes da Copa, costumava substituir Maicon durante os jogos. Com a contusão de Elano, jogou de meia, e não decepcionou. Não está à altura de Maicon, mas sua versatilidade o torna um nome essencial para se ter no grupo.
Moral: sai melhor do que chegou
Idade em 2014: 31 anos

Laterais-esquerdos

Michel Bastos
Uma jogadinha ofensiva contra o Chile, e só. Acostumado a jogar na ponta-direita, foi improvisado na lateral esquerda e não foi bem na defesa nem no apoio. Não deve voltar à Seleção tão cedo.
Moral: já não tinha nenhum, segue igual
Idade em 2014: 30 anos

Gilberto
Outro improvisado na lateral, já que vinha atuando de meia no Cruzeiro. Jogou 33 minutos na Copa, seria injusto avaliá-lo.
Moral: talvez tenha piorado um pouco, fruto de sua curta e inútil participação contra a Holanda
Idade em 2014: 38 anos

Obs.: Em uma posição tão carente, a não-convocação de Marcelo parece ter sido um dos maiores equívocos de Dunga

Zagueiros

Lúcio
O grande nome do Brasil na Copa consolidou seu status de maior zagueiro da história da Seleção. Impecável na defesa, suas subidas ao ataque pareciam querer mostrar a Kaká como se fazia. Talvez não tenha mais o vigor ideal na próxima Copa, mas, com a nova geração de zagueiros, esta não deve ser uma posição de carência.
Moral: ficou ainda maior
Idade em 2014: 36 anos

Juan
Outro que fez uma grande Copa. Sua partida contra o Chile foi a melhor performance de um jogador do Brasil na competição. Serve a ele também a observação feita a Lúcio quanto à idade.
Moral: aumentou consideravelmente
Idade em 2014: 35 anos

Thiago Silva e Luisão
Não jogaram a Copa. Thiago Silva é a maior aposta da zaga brasileira para 2014, mas há nomes melhores que Luisão.
Morais: seguem na mesma
Idades em 2014: 29 e 33 anos, respectivamente

Volantes

Felipe Melo
Sua instabilidade emocional era previsível, e acabou por rotulá-lo como o grande vilão do fracasso brasileiro. Tecnicamente, basta dizer que sua ausência nas oitavas-de-final (e a presença de Ramires) fez até Gilberto Silva jogar melhor. Felipe Melo é outro que não deve mais vestir a camisa da Seleção.
Moral: se tinha adquirido algum, perdeu totalmente. Virou símbolo da Era Dunga - parte II
Idade em 2014: 31 anos

Gilberto Silva
Uma múmia, há anos fazendo hora-extra na Seleção. A lealdade de Dunga para com ele era inexplicável. Nunca foi imprescindível na defesa nem no apoio. Também não deve voltar a vestir a verde-e-amarela.
Moral: piorou
Idade em 2014: 37 anos

Josué
Jogou o segundo tempo contra Portugal, mas pouco fez. Não passa por boa fase desde que saiu do São Paulo, e sua presença na Seleção de Dunga sempre foi outro mistério.
Moral: segue nulo
Idade em 2014: 34/35 anos

Ramires
Boa aposta de Dunga. Quando entrou, melhorou o toque de bola e tornou o meio-de-campo brasileiro mais ofensivo. Sua atuação desde o início contra o Chile melhorou até o futebol de Gilberto Silva. Pena que, suspenso, não enfrentou a Holanda. Deve seguir na Seleção.
Moral: elevado. Foi bem.
Idade em 2014: 27 anos

Obs.: A se pensar a diferença que a presença de Elias ou Hernanes poderia ter feito...

Meias

Elano
Questionado antes da Copa, fez 2 bons jogos (e gols) e se contundiu. Sua ausência, então, passou a ser a maior preocupação brasileira. E mudou a estratégia de Dunga, que por 4 anos organizou seu meio-de-campo em torno dele. Suas boas atuações podem tê-lo incluído nos planos do próximo treinador.
Moral: aumentou muito
Idade em 2014: 33 anos

Kaká
Das 3 maiores apostas a craque da Copa, Kaká foi melhor que Cristiano Ronaldo e pior que Messi - que não foi tão bem assim, que fique claro. Apesar das 3 assistências, Kaká só jogou bem no primeiro tempo contra a Holanda. Muito se disse que ele jogou no sacrifício, mas a falta de transparência imposta por Dunga não nos deixa saber a gravidade de suas contusões. A certeza é que suas arrancadas características quase não foram vistas na Copa, e a ausência de um substituto - ponta-de-lança, como ele, ou mesmo um armador (GANSO!!) , tornou o Brasil totalmente dependente de sua condição de jogo. Certamente seguirá na Seleção.
Moral: consideravelmente reduzido. Já não é mais "o cara" que pode decidir qualquer partida
Idade em 2014: 32 anos

Júlio Baptista
Com a ausência de Kaká, começou jogando contra Portugal, mas nunca foi uma boa alternativa contra esquemas retrancados. Poderia ter sido uma solução no final da derrota para a Holanda, mas a má atuação contra os portugueses tirou a confiança que Dunga depositava nele. Se o caminho da Seleção sofrer uma mudança para um futebol criativo, deve ser descartado.
Moral: reduzido, pelo mau jogo contra Portugal
Idade em 2014: 32 anos

Kléberson
Sem comentários.
Moral: ainda menor, mesmo sem culpa. Foi O cara que barrou Ganso.
Idade em 2014: 35 anos

Atacantes

Luís Fabiano
Fez belos gols, mas teve dificuldade com marcações individuais (Portugal e Holanda). Não perdeu a cabeça, o que já é um mérito. E não é um Romário, mas é um dos melhores centroavantes brasileiros hoje. Deve seguir na Seleção.
Moral: segue na mesma
Idade em 2014: 33 anos

Robinho
Ouviu de muita gente que esta seria a Copa dele. Acabou acreditando. Em muitos momentos, pecou por querer decidir sozinho. Sem os meninos da Vila para fazer o trabalho "sujo", não rendeu o que vinha rendendo no Santos. Segue na Seleção, mas terá de brigar pela titularidade, que era certa com Dunga.
Moral: bem reduzido. Ficará marcado pelas constantes olhadas para o telão.
Idade em 2014: 30 anos

Nilmar
Até que não foi tão mal nos 90 minutos contra Portugal, mas passou despercebido nos poucos minutos contra Coreia do Norte, Chile e Holanda. Pareceu evitar divididas, o que pode ser justificado pelo imenso histórico de contusões. Difícil prever seu futuro na Seleção.
Moral: segue na mesma
Idade em 2014: 29/30 anos

Grafite
Era a sua grande chance. Vinha em melhor fase que Adriano, havia conquistado a vaga na Copa - e vetado Neymar - após apenas 23 minutos com Dunga e - vai saber? - poderia ter correspondido. Acabou jogando 5 minutos contra Portugal. E foi o fim de sua vida na Seleção.
Moral: segue nulo
Idade em 2014: 35 anos

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Copo meio cheio

O que tirar de positivo da eliminação do Brasil?

- Dunga nunca mais
- Assim como Michel Bastos, Gilberto Silva e Felipe Melo
- Quem sabe não ocorre o efeito inverso de 1986? Ao invés da Era Dunga, pode surgir a Era Ganso!
- A habilidade volta a valer mais que o comprometimento
- Nem um nem outro: não adiantou o Big Brother de 2006 nem a clausura de 2010. Sejamos normais!
- Lúcio e Juan, a melhor zaga da história da Seleção
- A Holanda, segundo time de todos que gostam de futebol, pode finalmente ser campeã

Vão falando nos comentários, que eu vou inserindo.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Depois de Dunga, quem?

De acordo com boa parte dos jornalistas que foram à África do Sul, Dunga não segue no comando da Seleção após a Copa, vencendo ou não. Muito por conta de seus conflitos com os interesses comerciais da CBF.

Vamos consultar alguns jornalistas esportivos para saber quem eles acham que vai assumir a Seleção depois da Copa e quem eles gostariam que assumisse.

Começamos com quem faz o blog:

Maurício Svartman
Quem acha que vai assumir: Paulo Autuori
Quem gostaria que assumisse: Mano Menezes

Milly Lacombe
Quem acha que vai assumir: Mano Menezes
Quem gostaria que assumisse: Algum técnico holandês

Leonardo Bertozzi (Trivela, ESPN Brasil)
Quem acha que vai assumir: Leonardo
Quem gostaria que assumisse: Mano Menezes

Alexandre Lozetti (Lance!)
Quem acha que vai assumir: Se a Seleção for campeã, Leonardo (mesmo perfil de Dunga). Se perder, Mano Menezes.
Quem gostaria que assumisse: Muricy Ramalho (mantém o estilo Dunga e tem tudo a ver com Teixeira e Américo)

Zé Gonzalez (Globoesporte.com)
Quem acha que vai assumir: Mano Menezes
Quem gostaria que assumisse: Mano Menezes

Dassler Marques (Terra)
Quem acha que vai assumir: Jorginho
Quem gostaria que assumisse: Mano Menezes

Vanessa Ruiz (Revista da ESPN)
Quem acha que vai assumir: Leonardo
Quem gostaria que assumisse: Felipão

Juliano Costa (Yahoo! Esportes)
Quem acha que vai assumir: Abel Braga
Quem gostaria que assumisse: Felipão (mas acabou de voltar pro Palmeiras)

Quem acha que vai assumir: Leonardo
Quem gostaria que assumisse: Marcelo Bielsa

Rodrigo Bueno (ESPN Brasil/Folha)
Quem acha que vai assumir: Leonardo
Quem gostaria que assumisse: Cruyff

Gian Oddi (Ig, ESPN Brasil, Placar)
Quem acha que vai assumir: Leonardo
Quem gostaria que assumisse: Mano Menezes

Mariana Bastos (Folha)
Quem acha que vai assumir: Mano Menezes
Quem gostaria que assumisse: Mano Menezes

Gustavo Zupak (Rádios Globo e CBN)
Quem acha que vai assumir: dupla Jorginho-Leonardo
Quem gostaria que assumisse: Mano Menezes

Pedro Só (Globoesporte.com)
Quem acha que vai assumir: Muricy ou Felipão
Quem gostaria que assumisse: Joachim Löw

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Para a Copa de 2010 não ter a menor média de gols da história, precisam ser marcados mais 19 gols nos 8 jogos que faltam.

A Copa de 1990 teve 115 gols em 52 jogos (média de 2,211). A atual, 123 gols em 56 jogos (2,1964). Se chegar a 142 gols em 64 jogos, a média vai para 2,218.

Não é nada, não é nada... Não é nada.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Ilhas Maurício, 13 de julho de 2034

Terminou ontem a mais disputada Copa do Mundo da história. A vitória da Suíça por 2 x 0 diante do forte time japonês foi incontestável e repleta de lances emocionantes. Por isso muita gente tem preferido dizer que a suíça aplicou uma goleada no Japão - e a afirmação pode até ser discutível já que apenas um jogo dessa Copa teve placar diferente de 0x0, 1x1 ou 1x0 - mas o fato é que a partida foi absolutamente equilibrada, com os dois times buscando jogar bola (foram adoráveis 14 minutos de bola rolando) e tendo uma chance de gol cada.

O jogo também pode ser considerado histórico pelo baixo números de faltas – 196 apenas (112 cometidas por suíços), e porque, pela primeira vez em três meses, somente um jogador teve que ser retirado de campo pela ambulância (Mitsubishi passa bem depois de ter recebido doses de células-tronco que possibilitarão a regeneração da parte lesada de sua coluna vertebral.) Para lembrar, a média de jogadores severamente lesionados ou mortos em Copas é de 2,5 por partida desde 2018.

Os melhores momentos disponibilizados pela FIFA para hologramas cadastrados em seu site comprovam que os dois times jogaram, como se deve jogar, para não perder, e o fizeram de forma heróica. Dos 97 carrinhos aplicados pelo time japonês, pelo menos quatro deles poderiam ter sido eleitos os mais belos da Copa (A FIFA divulgará amanhã os vencedores dos prêmios de melhor carrinho, lateral melhor batido, escanteio melhor cobrado, melhor simulação de falta e falta menos violenta). Também amanhã a FIFA tornará disponível os replays de alguns lances duvidosos pelo custo de R$ 130 o décimo de segundo do download (mas apenas para torcedores cadastrados e que não tenham antecedentes de críticas à entidade).

O fato é que mais uma Copa chega ao fim, e essa, em especial, vai deixar saudade. Seja pelo lateral incrivelmente bem batido por Apple, atacante americano, pelo perfeito sistema defensivo do time Esloveno, que acabou eliminado sem sofrer nenhum gol em tempo normal (aliás, o time completa no próximo mês oito anos sem sofrer gols), seja pelo novo recorde estabelecido por argentinos, que conseguiram aplicar um drible completo, sem ser seguido de falta, no cada vez mais sólido time coreano (o drible aplicado por Alfajores sobre Fajitas ficará em nossa memória por muitos anos). Mais do que nunca o futebol levou a campo sua verdadeira essência: a defesa.

A grande decepção foi o time holandês, que insiste em jogar tocando a bola. Além de não terem sido capazes de completar nenhuma dessas tentativas de tabela ou triangulação (desde 2021 não se tem notícia de tabela ou triangulação que tenha deixado de ser interrompida por falta e ainda assim esse time insiste), quatro de seus jogadores continuam hospitalizados. Dois deles, ainda em coma, vitimas do inapelável soco na cabeça dado por atacantes da China e da Noruega que não aceitaram, como nenhum de nós aceitaria, a tentativa de um chapéu e de uma caneta nos jogos da fase classificatória. Não custa lembrar que os outros dois holandeses que perderam a perna esquerda por causa de carrinhos no meio de campo, bem aplicados, aliás, passam bem e devem voltar a jogar em seis meses, já que os implantes foram realizados com sucesso.

O que não pode deixar de ser dito é que está mais do que na hora de determinados jogadores, especialmente holandeses e argentinos, pararem de tentar aplicar o que chamamos de dribles desmoralizantes – caneta, chapéu, drible da vaca entre eles. Desde 2020, quando a FIFA publicou a lista de 10 dribles rigorosamente proibidos por afetar a masculinidade do atleta, essas tentativas vêm sendo rigorosamente punidas pelo trio de arbitragem, sempre soberano em suas decisões que, por lei-FIFA, não fazem uso de tecnologia. Tango, o portenho que tentou dar uma caneta no russo Smirnoff, ainda conseguiu ver o juiz sacando o vermelho antes de levar o esperado soco de Smirnoff e cair estatelado. Na sequência, Smirnoff, enquanto esmurrava o peito estufado, foi aplaudido de pé pelas 12 mil pessoas que lotavam o estádio, fazendo desse o momento mais emocionante e mágico da partida, que foi reiniciada logo depois que o sangue foi retirado da grama sintética.

Agora é esperar pela Copa de Fernando de Noronha, em 2038, ano em que o Brasil voltará a ter a chance de sediar a competição depois do colossal fiasco de 2014, quando perdeu para o Canadá, a seis meses da Copa, o direito de organizar a competição. O entrave marcou o rompimento entre o presidente da Conferedação Brasileira de Futebol – Ricardo Teixeira, que ficou 43 anos no poder – e a FIFA. Fato que, para muitos, determinou a queda da seleção brasileira no ranking; uma seleção que um dia já foi a primeira e hoje não está nem entre as 30.

Portugal x Espanha