segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O Brasil na pré-Libertadores

2005

2/fev Tacuary (PAR) 2x2 Palmeiras [Lorenzo Silva 27, Carlos Leite 82; Magrão 36, Warley 57]
9/fev Palmeiras 2x0 Tacuary (PAR) [Ricardinho 3, 90]

2006
25/jan Palmeiras 2x0 Deportivo Táchira (VEN) [Marcinho 19, Gamarra 49]
1º/fev Deportivo Táchira (VEN) 2x4 Palmeiras [Juan García 69, Jhonny González 73; Washington 13, 45, Edmundo 60, Marcinho 73]

26/jan Deportivo Cuenca (EQU) 1x1 Goiás [Holguer Matamoros 57; Rogério Corrêa 14]
1º/fev Goiás 3x0 Deportivo Cuenca (EQU) [Jadílson 29, Romerito 75, 81]

2007
31/jan Blooming (BOL) 0x1 Santos [Pedro 48]
7/fev Santos 5x0 Blooming (BOL) [Cléber Santana 2, 28, Rodrigo Tiuí 36, 83, Marcos Aurélio 76]

1º/fev Cobreloa (CHI) 0x2 Paraná [Henrique 15, Josiel 88]
7/fev Paraná 1x1 Cobreloa (CHI) [Lima 75; Rodrigo Mannara 89]

2008
30/jan Cruzeiro 3x1 Cerro Porteño (PAR) [Ramires 40, 89, Marcelo Moreno 55; Nelson Cabrera 74pen]
6/fev Cerro Porteño (PAR) 2x3 Cruzeiro [Lorgio Alvarez 42, 63; Thiago Heleno 5, Marcelo Moreno 53pen, Ramires 57]

2009
29/jan Palmeiras 5x1 Real Potosí (BOL) [Keirrison 3, 20pen, Diego Souza 39, Cleiton Xavier 58, Edmilson 90+1; Edemir Rodríguez 22]
4/fev Real Potosí (BOL) 0x2 Palmeiras [Cleiton Xavier 29, Keirrison 74]

2010
27/jan Real Potosí (BOL) 1x1 Cruzeiro [Roberto Correa 87; Wellington Paulista 7]
3/fev Cruzeiro 7x0 Real Potosí (BOL) [Wellington Paulista 28, Thiago Ribeiro 30, Kleber 39, Jonathan 45, Eliandro 87, Bernardo 88, Joffre Guerrón 90+1]

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

domingo, 21 de novembro de 2010

O boxe brasileiro é uma farsa

Este blog é de futebol, mas está tão parado que acho que a @millylacombe não vai se incomodar se eu falar de boxe. A história que vou contar se passou em 2003. Eu cursava jornalismo na Cásper Líbero e participei de um bom curso de Jornalismo Esportivo com o Elias Awad. Numa das aulas, ele nos levou para gravar passagens no Ginásio Baby Barioni, onde ocorriam lutas de boxe amador e profissional.

A memória me falha em boa parte daquela noite, mas algumas coisas ficaram marcadas. A luta principal da noite era entre um brasileiro (aparentemente um fenômeno do boxe, com 8 vitórias em 8 lutas, todas por nocaute, ou algo assim) e um argentino. Fui entrevistar o brasileiro no vestiário, e o cara estava mais calmo que um mestre zen jamaicano. Nada de adrenalina, nada de ansiedade, apenas a certeza da vitória. Pensei: "o cara deve ser muito foda, autoconfiança imensa".

Entrevistamos mais algumas pessoas, e uma fala me deixou ressabiado: um frequentador disse que era necessário fazer um bom cartel para o cara poder sair do país ou disputar cinturão, ou algo que não me lembro ao certo. (Não entendo muito de boxe, então essa parte técnica me escapa.) E começou a luta.

O brasileiro batia e o argentino, mais gordinho que o dominicano que enfrentou o Michael Oliveira ontem, apenas se defendia, fingia que jogava uns golpes aqui e ali. Nesta hora me dei conta da armação, porém havia ainda a possibilidade de o brasileiro simplesmente ser bom demais para o cara. Mas aí veio o nocaute.

Um golpe na barriga, que não acertou seu alvo, apenas o ar (disto tenho certeza, eu estava a 2 metros do lance), e o argentino foi abaixo. E não levantou mais. Pensei em crise de apendicite ou algo assim, porque aquele golpe não derrubaria nem a menina Maísa. Enfim, o brasileiro ganhou, comemorou, melhorou seu cartel e o argentino certamente levou alguma graninha.

Filmes hollywoodianos já mostraram as armações que ocorrem no boxe de lá, mas a imagem que ficou em minha cabeça não foi gravada em estúdio. Posso afirmar, com certeza, que eu presenciei uma farsa. E, quando vejo uma luta muito fácil por aqui, que me desculpem os boxeadores honestos, sempre desconfio.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O pensamento Max Gehringer aplicado ao futebol

1) Neymar tinha 50% de aproveitamento em pênaltis, um índice baixíssimo. Quis bater, Dorival não deixou. Dorival fez o certo.

2) Neymar xingou o técnico, que pediu à diretoria seu afastamento por 15 dias. O problema é que o Santos, que depende muito do atacante, teria Corinthians e Cruzeiro pela frente, rivais diretos na briga pelo título.

3) Nessa hora, Dorival deve ter pensado que poderia prejudicar o clube, os outros jogadores, e até mesmo seu trabalho. Como bem sabe quem aplica em ações, nem sempre o pensamento a longo prazo (conter o ego de Neymar) bate a necessidade imediata (vencer os concorrentes diretos). Um jogo de gancho e uma conversa dura poderiam ter funcionado para todos os envolvidos.

4) A diretoria impôs apenas um jogo de gancho. Dorival fingiu ter aceitado, mas, na hora H, disse à imprensa que a punição perduraria. Pensou que a diretoria santista não faria retaliação. Foi demitido, saiu como símbolo de ética etc etc., mas sua postura "corporativa" não foi das melhores.

5) Imagine se a situação ocorre em uma empresa de jornalismo. Você é um editor e seu melhor repórter desrespeita sua autoridade. Você vai ao diretor de redação e pede uma punição. O diretor aplica a punição que ele considera necessária. Você diz que gostaria de uma maior, mas que aceita a imposta. Só que a descumpre. O que esperaria disso?

Claro que, como diz a Milly, a hierarquia se complica quando o subordinado ganha 5 vezes mais que seu chefe.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A rodada que sempre temi

Não é verdade que só o corintiano sabe o que é ser corintiano. Eu não sou corintiana e vou contar que sei o que é ser corintiana.

Também não é verdade que o corintiano já nasce assim. Eu não nasci corintiana. Não fui, e não sou, corintiana até meus 30 anos – há 13, portanto.

É por isso que na pele de uma autêntica não corintiana posso dar meu depoimento sobre o que é ser corintiana.

Sou torcedora do Fluminense. Cresci tricolor de coração, graças a meu pai, que depositou em mim o amor pelo Flu e, acima de qualquer crença, pelo futebol – e a quem, por essa e infinitas outras, devo eterna gratidão.

Fui uma criança fanática pelo jogo de bola, para desespero de minha mãe, que preferiria me ver de cabelos penteados e brincando de boneca.

E, como qualquer criança abençoada pela paixão clubística, aos sete anos, muito por culpa de Zico, eu tinha plena noção do que era sofrer.

Aos oito, já tinha entendido que não seria possível passar por essa aventura terrestre sem mergulhar em profunda dor.

E aos 10, mesmo não sabendo disso de forma racional, intuí que, de todas as grandezas do futebol, ensinar a sofrer talvez fosse a maior delas.

Passei pela adolescência tendo em mim o registro de sofrimentos profundos e a consciência de que deles eu sairia.

Não sei como teria conseguido atravessar os momentos mais escuros da vida adulta sem esse entendimento

Por isso, graças ao jogo, saí da adolescência com a noção de que, assim como nossa própria existência, o futebol não deve ser explicado ou reduzido a estatísticas, sob pena de tirarmos dele a maior de suas belezas.

Exatamente como o ser humano, que quando dissecado perde a alma, o futebol se decompõe se visto sob ótica puramente aritimética.

Trata-se de um jogo que deve ser, acima de tudo, sentido.

Entrar no Maraca e me misturar aos que estavam vestidos como eu, aos que cantavam como eu, aos que vibravam comigo e, especialmente, àqueles que sofriam minha dor passou a ser fundamental.

Não há no mundo comunhão maior do que dividir com alguém o sofrimento.

Muito mais do que na alegria, é na dor que nos reencontramos.

A torcida do Fluminense nunca foi a maior, mas sempre me emocionou às vísceras. Na vitória e na derrota.

Estar ali quando Washington colocou, de cabeça, a bola nas redes aos 48 do segundo tempo durante o mata-mata de Libertadores foi das experiências mais sobrenaturais que já provei.

A mesma sensação de fazer amor com a mulher de seus sonhos, de ficar entorpecida de paixão depois de uma noite de total entrega, de acordar no dia seguinte e pensar que o mundo é lindo, que a vida vale a pena, que experiência humana não é em vão, que existe um motivo.

O Fluminense fez isso por mim.

Incontáveis vezes, desde os meus cinco anos, o Fluminense me fez estar possuída por um Deus.

Nada glorifica mais do que a vitória, ainda mais quando ela nos é oferecida no finalzinho do jogo.

Mas não demorei a entender que só uma coisa nos humaniza – a derrota.

Só ela nos solidariza, nos une, nos resgata da ilusão.

O caos é, afinal, a origem de tudo. A partir dele, nos formamos e amadurecemos.

Enquanto isso, a vitória tem a diabólica qualidade de revelar nosso lado mais pernóstico, egocêntrico e arrogante.

Vencer é preciso, mas perder é fundamental – e isso o futebol me ensinou.

Em 1976, já morando em São Paulo, por motivos óbvios odiei o Corinthians acima de todas as coisas e declarei, na nova cidade, que seria são-paulina, movida pela vã ilusão de que um time você pode escolher como pega uma calça jeans na loja – experimentando e tornando sua aquela que melhor servir.

O São Paulo era escolha natural; time de meu irmão e tricolor como meu Flu.

Até pegar o São Paulo como segundo time, até ver o meu Maraca dolorosamente invadido em 1976, gostava de dizer a quem perguntasse que, em Oslo ou em Xangai, eu era torcedora do Fluminense.

E sonhava com o dia em que seria famosa, concederia educadamente uma entrevista e declararia ao entrevistador: Sou Fluminense aqui, na China e na lua. A resposta estava pronta desde os cinco anos.

Em 1977, mobilizei a casa aos prantos, gritos e esperneios exigindo que me levassem ao Morumbi para ver o Corinthians perder para a Ponte. Era minha forra particular.

Minha mãe, exausta com aquele escândalo, me arrastou pelos braços e me levou ao jogo, sob protestos de meu pai que dizia que éramos loucas.

Éramos. Somos.

Em dias de jogos normais, ao Morumbi íamos meu pai, meu irmão e eu. Depois, Sergio, o primeiro namorado e o primeiro namorado são-paulino em minha vida. Depois, Marco Fabio, o segundo namorado são-paulino, com quem eu passava tardes de domingo no Morumbi, para onde íamos a pé de sua casa.

Os anos foram seguindo e, diante da necessidade de esconder minha homossexualidade, o futebol perdeu um pouco do colorido.

Permanecer dentro do armário bravamente era meu único objetivo – e esse troço dava trabalho demais.

Em 1996, fui morar na Califórnia e, ainda sem a conveniência de um canal internacional de jogos e com a internet engatinhando, acabei me afastando completamente do esporte que tanto amei.

O que se revelou uma benção, porque não vi meu Flu na terceira divisão, embora alguns colegas de infância tivessem se dado ao trabalho de me zombar além-mar.

De volta a São Paulo depois de seis anos, desembarquei em família vitaminada por são-paulinos: fora o irmão, agora um total de três sobrinhos e dois cunhados completavam o elenco tricolor.

Minha mãe, italiana que chegou ao Brasil aos 15 anos, largou o Palmeiras e, em nome da alegria da prole, se fez são-paulina.

Foi quando se consumou a tragédia.

Já namorando mulheres oficialmente, acabei me apaixonando por uma que tinha esse grave defeito: torcia para o Corinthians.

Torcia, modo de dizer.

Descabelava-se. Chutava pé de mesa. Virava cambalhotas. Arrancava o couro cabeludo.

Tive, portanto, nenhuma chance de dizer não quando ela, sabendo de meu interesse pelo futebol, fez o convite para que fossemos ao Pacaembu.

Pacaembu, palco estranho naqueles meus 25 anos de vida em campos de futebol. Maracanã, Laranjeiras, Morumbi e até Canindé me eram mais familiares. Mas, resignada pelo poder da nova paixão, me arrastei com ela para o estádio.

Corinthians e Internacional. Jogo que não valia muita coisa, mas a casa estava cheia.

Na numerada, me comportei como deve se comportar o torcedor misturado aos rivais: da forma mais discreta possível. E logo no primeiro tempo, a alegria: gol do Inter.

E nessa hora o tempo deu uma parada.

Quem freqüenta estádios sabe que não há silêncio mais profundo do que aquele que se faz depois do gol do time de fora. Duro, seco, melancólico. A falta de som que só a incredulidade oferece.

Por outro lado, para o invasor invisível, trata-se de um silêncio repleto de prazer, cheio de doces nuances – ah, como é bom saborear a dor do rival olhando dentro dos olhos dele. Tão demasiadamente humano.

Foi precisamente esse silêncio que eu esperava ouvir naquela tarde.

E talvez tenha sido esse o instante em que tudo mudou. Talvez. Quase dez anos depois, não tenho como precisar.

Estava eu remoendo minha alegria solitária de ver o Corinthians sofrer um gol quando a torcida explodiu gritando Timão Eô Eô.

O que era aquilo? Que imbecis, pensei. O gol foi contra eles. Tontos. Malucos. Loucos.

Levemente chocada, tive que rir um pouco mais da atitude patética.

Naquela tarde, um sábado se não me engano, saí do estádio ainda sem saber que tinha sido para sempre alterada.

Os meses se passaram e eu repeti incontáveis vezes as idas ao Pacaembu.

Buscava, hoje sei, ouvir novamente uma torcida explodir na hora indevida.

Buscava a comemoração de um carrinho no meio de campo. Buscava contemplar a paixão de uma torcida capaz de vibrar com a bola chutada para a arquibancada, capaz de cair de joelhos por um lateral bem batido, capaz de começar a cantar o hino do clube sem motivo no meio de um jogo que nada vale.

Buscava o inimaginável, o impossível, aquilo que só os doidos, os alucinados, os destemperados alcançam. E o Corinthians foi me dando tudo isso, como que por encomenda.

Entrar no Pacaembu no embalo do canto da fiel passou a ser o que mais queria durante a semana. Sentir a pele arrepiada, os olhos cheios d’agua ouvindo 30 mil vozes vibrar com um gol sofrido. Doidos que me encantavam. Malucos que me provavam viva.

Até que um dia me peguei aos prantos depois de uma derrota.

Dizem por aí que o corintiano se revela na dor. Meu corintianismo, pelo menos, foi assim revelado.

O Fluminense me ensinou a sofrer, me mostrou que a alegria e o êxtase só podem ser colocados em perspectiva diante do registro da dor e do desgosto.

E o Corinthians me ensinou que podemos entrar na dor e saboreá-la de um jeito estranho, mas necessário. Que podemos deixar que ela fique ali, que cumpra seu papel, que continue a nos humanizar e a nos revelar.

E que talvez exista uma forma de celebrá-la, de ritualizá-la, de deixar que ela nos reconecte à realidade – uma propriedade que só a tristeza oferece; nunca a alegria.

O Corinthians me mostrou que existe poesia na dor.

Acho que quase todo mundo já experimentou a agridoce sensação de se apaixonar por alguém que não devia. De se sentir traindo um grande amor. De se envergonhar pelo sentimento inadequado.

Foi isso o que senti naquele dia. Estava apaixonada por um time que não era o meu. Doida de amor por cores que não eram as corretas.

Meu pai, que me deixou cedo demais, talvez pudesse me entender; ou, como fazia tão bem, me explicar. Mas ele não estava mais.

Amar duas pessoas não é impossível, como quase todos sabem. Socialmente, e por convenção, temos que a paixão dupla é proibida, é imoral, é vergonhosa.

Entre paredes, entretanto, sabemos que não é bem assim.

Virei uma ilha. Única alvinegra cercada por uma multidão de são-paulinos: nove sobrinhos, um irmão, dois cunhados e, mais recentemente, o amor de minha vida, a mulher com quem passarei os próximos 50 anos, se ela assim deixar.

Eram, até o fechamento desta edição, 13 – ou 14 se contarmos outro tricolor por quem me apaixonei, Mauricio Svartman -, a me perseguir e me azucrinar.

Para minha desgraça particular, são são-paulinas as pessoas que mais amo no mundo.

Mas experimentar esse corintianismo me permitiu alcançar um estado de espírito que, se atingido mais vezes e por mais pessoas, até por mim em diferentes situações da vida, poderia melhorar o mundo – você na pele do rival.

Você sentindo o que sente o outro. Você vivendo a dor e a delícia de ser seu próprio inimigo. A cura pela troca. A benevolência pela inversão de papéis.

Como nunca fui muito dada a convenções, decidi assumir as duas camisas.

Achando, claro, que dificilmente teria que conviver com a trágica situação atual: meus dois times liderando o campeonato.

Então, toda essa enrolação foi para dizer que os dias de rodada não têm sido fáceis. Sentimentos misturados, contradições dolorosas, sensações bipolares, saudade monstro de meu pai.

O que fazer?

Talvez o melhor seja mesmo tomar a atitude da menina que se vê flagrada pelo namorado enquanto saboreia um sorvete com o amante na praça em pleno sábado à tarde: pegar minha parte do doce, sair de fininho e deixar que se entendam.

domingo, 22 de agosto de 2010


Um dos meus blogs favoritos de futebol, o Run of Play, feito por Brian Phillips (@runofplay), que escreve para a Slate, está organizando uma Pelé week, com textos (em inglês) sobre o extraterrestre brasileiro. Recomendo todos.

10/8 - Is Pelé Underrated?
16/8 - The End

É estranho termos de recorrer a estrangeiros para ler textos sobre Pelé, não? As últimas reflexões decentes que li por aqui foram de... Nelson Rodrigues?

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

domingo, 8 de agosto de 2010

Profeta Muricy

Sempre gostei do Muricy. Quando ele voltou ao São Paulo, falei: "quero este cara por 10 anos no meu time." Homem íntegro, profissional dedicado, transparente. Alguns anos antes, quando eu era um estagiário e cobria o São Caetano, lembro de um treino no qual eu era o único jornalista presente. Fiz algumas perguntas ele foi direto (grosso?). Pensei: "só porque eu sou estagiário". Dias depois, com vários jornalistas presentes, ele foi igualmente grosso (direto?) com gente de grandes veículos. O cara não muda de acordo com a situação, pensei. Sempre gostei dele.

Veio o tricampeonato brasileiro e, mesmo em 2007, ano da defesa intransponível, eu não tinha gosto em ver o São Paulo jogar. Era um futebol eficiente, mas feio. E eu queria a volta de um Tricolor de anos anteriores, mesmo pós-Telê, em 1998, 2000, que encantava (mas só ganhava Paulistinhas). Mesmo assim, sempre defendi o Muricy. Mesmo com as sucessivas quedas em Libertadores. (Tenho a teoria de que há técnicos motivadores, bons para mata-mata, e técnicos de longo prazo, bons para pontos corridos. Muricy de hoje e Luxemburgo de outras épocas seriam os melhores exemplos do segundo caso, Felipão do primeiro. Para a Seleção, claro, o melhor é o técnico motivador.)

Muricy costuma dizer que passa suas horas vagas vendo jogos europeus. É um baita estudioso do futebol. Está sempre a par das inovações táticas que surgem lá fora. Não se espelha no Barça, está mais para a Inter.

Hoje percebo que Muricy foi um dos primeiros por aqui, e de longe o mais competente, a antever o que vimos na última Copa do Mundo. Ele sabia, já em 2006 – ou antes, no Inter –, que estávamos no começo da segunda era do futebol total. Mas hoje, em vez de todos defenderem e atacarem e trocarem de posição a todo momento, todos marcam incessantemente o campo todo. É o futebol total da defesa. É feio. E tem ganhado títulos.

Muricy baseou seu São Paulo nos volantes, e teve uma bela safra, com Mineiro e Josué, Richarlyson, Jean e Hernanes. Abriu mão dos centroavantes – teve de aceitar Adriano (quem não aceitaria?) e viu o Imperador ter uma bela performance pessoal, mas arruinar a tática que vinha funcionando. Depois o São Paulo ainda teria Washington, outro com boa média de gols, mas ruim para o esquema da equipe. (No hiato de títulos que o São Paulo teve, imperaram os artilheiros: Dodô, França, Luís Fabiano, Grafite...)

Luxemburgo parou no tempo. Duvido que ainda estude futebol ou atualize suas táticas, outrora vencedoras. Felipão segue sendo mais motivador que qualquer outra coisa, mas está ainda mais atrasado. O Santos de Dorival Jr. é baseado em talentos, lembra mais a Argentina da Copa que o Barça. E Muricy lidera outro Brasileirão. E segue grosso (direto?). Sempre gostei dele.

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Os técnicos do São Paulo que acompanhei, em ordem de preferência PESSOAL:

1) Telê Santana (1990-1995)
2) Muricy Ramalho (1996, 1996-1997, 2006-2009)
3) Leão (2004-2005) - grande mala, mas preparou o time que viria a ser campeão mundial
4) Cuca (2004) - semblante loser, mas grande motivador, vi belas viradas
5) Levir Culpi (2000) - ótimo time vice da Copa do Brasil
6) Dario Pereyra (1997-1998) - muito gente boa
7) Roberto Rojas (2003) - idem
8) Nelsinho Baptista (1998, 2001-2002) - final do Paulistão-1998 foi linda
9) Oswaldo de Oliveira (2002-2003) - 10 vitórias seguidas no Brasileirão-2002
10) Paulo Autuori (2005) - campeão da Libertadores e Mundial? nunca me convenceu
11) Ricardo Gomes (2009-2010) - burro. só não fica mais p/ baixo pela reação em 2009
12) Vadão (2001) - nem lembro direito
13) Parreira (1996) - chegou falando em jogar no 3-7-0. foi derrubado pelos jogadores.
14) Paulo César Carpegiani (1999) - medíocre
15) Mario Sergio (1998) - ah, o horror... e ainda proibiu Ceni de bater faltas.

terça-feira, 13 de julho de 2010

A Copa no Brasil: por que ainda torço pelo Canadá 2014

Não tem como não se emocionar com esses vídeos promocionais que pipocam aqui e ali exibindo as belezas brasileiras com música de fundo; imagens aéreas de praias ensolaradas, vegetação densa, céu azul, ruas limpas, trânsito fluindo, gente sorrindo nas ruas, pagode no bar com os amigos – tudo tão colorido, edificante e cheio de vida. Ainda mais comovente se a musiquinha for Aquarela do Brasil; é aquele troço que flerta com o cafona, mas que arrepia a ponto de você querer ter saído de casa com uma camisa de mangas longas.

Ah, Brasil, que maravilha de lugar, que grande benção ter nascido aqui. Certíssima a FIFA de nos escolher como sede, não? Somos mesmo o máximo. E como é fácil tocar nossa emoção, sempre tão pronta para explodir em samba, pagode ou bumba-meu-boi.

Mais fácil ainda manipular a opinião pública usando esse tipo de sentimentalismo mentiroso que, aliás, deverá nos assolar entre hoje e 2014 (ou 2016).

Portanto, é hora de despertar desse estado de dormência em que normalmente vivemos. Hora de deixar tanto sentimento de lado, especialmente porque o resgate midiático da emoção de sediar uma Copa está sendo feito com muita hipocrisia e manipulações toscas, como de costume.

O vídeo que deveria ser mostrado era um que viesse acompanhado de um funk misógeno e sexista e que exibisse imagens de ruas cheias de lixo e buracos, gente inocente sangrando, marmanjos fazendo coisas privadas em lugares públicos, cadeias lotadas, engravatados tramando o próximo golpe no dinheiro público, transporte público com gente saindo pela janela no fim do expediente, estádios vazios e caindo aos pedaços, famílias vivendo sem saneamento básico, filas nos SUS, escolas carentes de carteiras e quadro-negro ... mas esse é o filme que Meirelles não vai fazer.

Portanto, só nos resta tentar entender quem ganha quando um país com altíssimos índices de corrupção e baixos de desenvolvimento humano como o Brasil é eleito sede de um evento dessa magnitude? O povo certamente não é, embora as justificativas sejam muitas: “ah, teremos aeroportos novos, metrô para todos, estádios de primeiro mundo”.

O diabo é que já deveríamos ter tudo isso. Afinal, não saímos por aí bradando ser um dos grandes emergentes? Queremos um lugar no conselho de segurança da ONU e outro no G8 e, recentemente, emprestamos dinheiro ao FMI. Por que então nem todos têm saneamento básico ou acesso à educação? Por que mesmo ainda é preciso dar um prato de comida em troca de voto (uma troca subliminar, claro, e que só pode ser entendida assim por quem teve a privilégio de ter acesso à educação, o que, pensando bem, explica por que nem todos têm acesso à educação. Alimento intelectual e moral para o povão acaba saindo muito caro para quem pretende se perpetuar no poder).

Usar a Copa ou a Olimpíada como desculpa para dar ao cidadão brasileiro coisas que ele já deveria ter é como ir ao banco e ser autorizado pelo gerente a sacar mais do que o limite diário permitido – fica parecendo que o gerente fez um enorme favor quando era apenas obrigação da empresa simplesmente porque o dinheiro é seu e você paga, e paga muito, para que o banco deixe ele ali guardadinho. Ou seja, é malandragem, é uso indevido da nossa ingenuidade.

A CBF não muda seu comandante há 20 anos e, nesse período, o que exatamente melhorou no futebol do país a não ser o vertiginoso aumento de receita da própria CBF? Não temos um estádio que seja minimamente adequado aos tais padrões FIFA. Nem umzinho, embora façamos questão de sair por aí dizendo que somos o país do futebol. Mas se os caras estão no poder há 20 anos e não conseguiram nos dar um estádio decente, nem compra de ingressos sem fila, nem lugares marcados, nem o fim da violência e do vandalismo, nem uma série de outras coisas tão básicas para a dignidade do torcedor, por que mesmo eles continuam no comando, e de quebra são agora os líderes do Comitê da Copa?

O sonoro fracasso de duas décadas de comando não é prova suficientemente forte de que esse pessoal é, na melhor das hipóteses, incompetente para administrar o futebol brasileiro? “Ah, olha, 20 anos no poder e as coisas continuam tão podres como em 1970. Então, pela façanha, vocês ficam com o direito de sediar a Copa de 2014, e fazemos questão de ter na liderança do Comitê da Copa o mesmo cara que com 20 anos de poder nada mudou no futebol brasileiro. De preferência ao lado de algum membro de sua família” – Tutupish.

Não há como ganharmos com isso. Pior: não apenas deixaremos de ganhar, como pagaremos pela farra. Lula exigiu publicamente transparência de Ricardo Teixeira na organização da Copa, mas sabemos que o conceito de transparência de Lula é tão claro quanto uma noite nublada em praia deserta, então a exigência só não fez Ricardo Teixeira se contorcer no chão em risadas histéricas porque, todos sabem, Teixeira é a representação tridimensional da carranca e não ri faz 128 anos.

Mas é bom que lembrar, a partir de hoje e até 2014, a cada obra aprovada sem licitação, a cada tijolo superfaturado, a cada autorização de dinheiro do BNDES para construção de estádios, será o nosso dinheiro que estará sendo usado indevidamente, e usado para que meia dúzia de homens fiquem bastante mais ricos e milhões de brasileiros sensivelmente mais pobres.

Por isso ainda sonho com o Canadá, que poderia receber a Copa amanhã sem prejuízo financeiro para seu cidadão.

Mas vai, Brasil. Vai que o Hexa está a caminho. E com ele todo o superfaturamento será esquecido.

sábado, 10 de julho de 2010

Com atraso, sobre a crítica de Maradona ao golaço de Luís Fabiano

Maradona fez o segundo gol mais bonito das Copas (depois, claro, do gol de Carlos Alberto) em 1986, 2 anos depois de chegar ao Napoli. E já disse que fez uso de cocaína por anos no clube italiano, sem nunca ser pego no antidoping (usava a urina de outro, tinha cobertura da Máfia). Ou seja, tudo leva a crer que o argentino cheirava durante a Copa de 1986.

Os gols de Maradona contra a Inglaterra – e no resto da Copa – foram sob efeito de cocaína.

PORRA, MARADONA, QUEM É VOCÊ PARA FALAR DO GOL DO LUÍS FABIANO?

(e desculpem o atraso)
Disputa do 3º lugar

A briga pelo bronze tem boa média de gols histórica: 3,93 por jogo. Mas hoje, pelo menos para os brasileiros, só se resumirá à torcida contra (ou a favor de) Miroslav Klose, a quem falta 1 gol para alcançar Ronaldo como o maior artilheiro das Copas do Mundo.

34 Alemanha Oc. 3x2 Áustria
38 Brasil 4x2 Suécia - Brasil perdia por 2x0
54 Áustria 3x1 Uruguai
58 França 6x3 Alemanha Oc. - 4 do Fontaine
62 Chile 1x0 Iugoslávia
66 Portugal 2x1 URSS
70 Alemanha Oc. 1x0 Uruguai
74 Polônia 1x0 Brasil - porrada do Leão em Marinho Chagas
78 Brasil 2x1 Itália - golaço do Nelinho
82 Polônia 3x2 França
86 França 4x2 Bélgica
90 Itália 2x1 Inglaterra
94 Suécia 4x0 Bulgária - Stoichkov precisava de 1 gol p/ ser artilheiro da Copa
98 Croácia 2x1 Holanda
02 Turquia 3x2 Coreia do S. - gol mais rápido das copas
06 Alemanha 3x1 Portugal

Obs.: 30 e 50 não teve

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Os gols da final

A Holanda marcou 3 gols no primeiro tempo e 9 no segundo nesta Copa do Mundo. A Espanha é mais "equilibrada". Confira:

Holanda
0-15 min: 0
15-30 min: 2 (Robben, Van Bronckhorst)
30-45 min: 1 (Van Persie)
45-60 min: 3 (Sneijder, contra (2))
60-75 min: 3 (Sneijder (2), Robben)
75-90 min: 3 (Kuyt, Huntelaar, Sneijder)

Espanha
0-15 min: 0
15-30 min: 2 (Villa (2))
30-45 min: 1 (Iniesta)
45-60 min: 1 (Villa)
60-75 min: 2 (Villa, Puyol)
75-90 min: 1 (Villa)

terça-feira, 6 de julho de 2010

Uruguai x Holanda

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Ricardo Teixeira no Sportv

Você deveria nos seguir no Twitter, aqui (Milly) e aqui (Mau)

sábado, 3 de julho de 2010

Como os 23 de Dunga saem da Copa de 2010?

Goleiros

Júlio César
Não fez uma Copa espetacular como Marcos-2002, nem mesmo chegou ao nível de Dida-2006, mas somente porque não foi tão exigido quanto os anteriores. É um dos melhores goleiros do mundo e, mesmo tendo falhado no pior momento possível, deve continuar até surgir um substituto à altura.
Moral: segue na mesma
Idade em 2014: 34 anos

Gomes e Doni
Não jogaram a Copa e nem devem voltar à Seleção Brasileira.
Morais: seguem na mesma
Idades em 2014: 33 e 34 anos, respectivamente

Laterais-direitos

Maicon
Fez uma grande Copa do Mundo e figura entre os melhores de sua posição. Defende bem, ataca bem e sabe até cruzar - uma evolução para quem aguentou Cafu por tanto tempo.
Moral: sai melhor do que chegou
Idade em 2014: 32 anos

Daniel Alves
Antes da Copa, costumava substituir Maicon durante os jogos. Com a contusão de Elano, jogou de meia, e não decepcionou. Não está à altura de Maicon, mas sua versatilidade o torna um nome essencial para se ter no grupo.
Moral: sai melhor do que chegou
Idade em 2014: 31 anos

Laterais-esquerdos

Michel Bastos
Uma jogadinha ofensiva contra o Chile, e só. Acostumado a jogar na ponta-direita, foi improvisado na lateral esquerda e não foi bem na defesa nem no apoio. Não deve voltar à Seleção tão cedo.
Moral: já não tinha nenhum, segue igual
Idade em 2014: 30 anos

Gilberto
Outro improvisado na lateral, já que vinha atuando de meia no Cruzeiro. Jogou 33 minutos na Copa, seria injusto avaliá-lo.
Moral: talvez tenha piorado um pouco, fruto de sua curta e inútil participação contra a Holanda
Idade em 2014: 38 anos

Obs.: Em uma posição tão carente, a não-convocação de Marcelo parece ter sido um dos maiores equívocos de Dunga

Zagueiros

Lúcio
O grande nome do Brasil na Copa consolidou seu status de maior zagueiro da história da Seleção. Impecável na defesa, suas subidas ao ataque pareciam querer mostrar a Kaká como se fazia. Talvez não tenha mais o vigor ideal na próxima Copa, mas, com a nova geração de zagueiros, esta não deve ser uma posição de carência.
Moral: ficou ainda maior
Idade em 2014: 36 anos

Juan
Outro que fez uma grande Copa. Sua partida contra o Chile foi a melhor performance de um jogador do Brasil na competição. Serve a ele também a observação feita a Lúcio quanto à idade.
Moral: aumentou consideravelmente
Idade em 2014: 35 anos

Thiago Silva e Luisão
Não jogaram a Copa. Thiago Silva é a maior aposta da zaga brasileira para 2014, mas há nomes melhores que Luisão.
Morais: seguem na mesma
Idades em 2014: 29 e 33 anos, respectivamente

Volantes

Felipe Melo
Sua instabilidade emocional era previsível, e acabou por rotulá-lo como o grande vilão do fracasso brasileiro. Tecnicamente, basta dizer que sua ausência nas oitavas-de-final (e a presença de Ramires) fez até Gilberto Silva jogar melhor. Felipe Melo é outro que não deve mais vestir a camisa da Seleção.
Moral: se tinha adquirido algum, perdeu totalmente. Virou símbolo da Era Dunga - parte II
Idade em 2014: 31 anos

Gilberto Silva
Uma múmia, há anos fazendo hora-extra na Seleção. A lealdade de Dunga para com ele era inexplicável. Nunca foi imprescindível na defesa nem no apoio. Também não deve voltar a vestir a verde-e-amarela.
Moral: piorou
Idade em 2014: 37 anos

Josué
Jogou o segundo tempo contra Portugal, mas pouco fez. Não passa por boa fase desde que saiu do São Paulo, e sua presença na Seleção de Dunga sempre foi outro mistério.
Moral: segue nulo
Idade em 2014: 34/35 anos

Ramires
Boa aposta de Dunga. Quando entrou, melhorou o toque de bola e tornou o meio-de-campo brasileiro mais ofensivo. Sua atuação desde o início contra o Chile melhorou até o futebol de Gilberto Silva. Pena que, suspenso, não enfrentou a Holanda. Deve seguir na Seleção.
Moral: elevado. Foi bem.
Idade em 2014: 27 anos

Obs.: A se pensar a diferença que a presença de Elias ou Hernanes poderia ter feito...

Meias

Elano
Questionado antes da Copa, fez 2 bons jogos (e gols) e se contundiu. Sua ausência, então, passou a ser a maior preocupação brasileira. E mudou a estratégia de Dunga, que por 4 anos organizou seu meio-de-campo em torno dele. Suas boas atuações podem tê-lo incluído nos planos do próximo treinador.
Moral: aumentou muito
Idade em 2014: 33 anos

Kaká
Das 3 maiores apostas a craque da Copa, Kaká foi melhor que Cristiano Ronaldo e pior que Messi - que não foi tão bem assim, que fique claro. Apesar das 3 assistências, Kaká só jogou bem no primeiro tempo contra a Holanda. Muito se disse que ele jogou no sacrifício, mas a falta de transparência imposta por Dunga não nos deixa saber a gravidade de suas contusões. A certeza é que suas arrancadas características quase não foram vistas na Copa, e a ausência de um substituto - ponta-de-lança, como ele, ou mesmo um armador (GANSO!!) , tornou o Brasil totalmente dependente de sua condição de jogo. Certamente seguirá na Seleção.
Moral: consideravelmente reduzido. Já não é mais "o cara" que pode decidir qualquer partida
Idade em 2014: 32 anos

Júlio Baptista
Com a ausência de Kaká, começou jogando contra Portugal, mas nunca foi uma boa alternativa contra esquemas retrancados. Poderia ter sido uma solução no final da derrota para a Holanda, mas a má atuação contra os portugueses tirou a confiança que Dunga depositava nele. Se o caminho da Seleção sofrer uma mudança para um futebol criativo, deve ser descartado.
Moral: reduzido, pelo mau jogo contra Portugal
Idade em 2014: 32 anos

Kléberson
Sem comentários.
Moral: ainda menor, mesmo sem culpa. Foi O cara que barrou Ganso.
Idade em 2014: 35 anos

Atacantes

Luís Fabiano
Fez belos gols, mas teve dificuldade com marcações individuais (Portugal e Holanda). Não perdeu a cabeça, o que já é um mérito. E não é um Romário, mas é um dos melhores centroavantes brasileiros hoje. Deve seguir na Seleção.
Moral: segue na mesma
Idade em 2014: 33 anos

Robinho
Ouviu de muita gente que esta seria a Copa dele. Acabou acreditando. Em muitos momentos, pecou por querer decidir sozinho. Sem os meninos da Vila para fazer o trabalho "sujo", não rendeu o que vinha rendendo no Santos. Segue na Seleção, mas terá de brigar pela titularidade, que era certa com Dunga.
Moral: bem reduzido. Ficará marcado pelas constantes olhadas para o telão.
Idade em 2014: 30 anos

Nilmar
Até que não foi tão mal nos 90 minutos contra Portugal, mas passou despercebido nos poucos minutos contra Coreia do Norte, Chile e Holanda. Pareceu evitar divididas, o que pode ser justificado pelo imenso histórico de contusões. Difícil prever seu futuro na Seleção.
Moral: segue na mesma
Idade em 2014: 29/30 anos

Grafite
Era a sua grande chance. Vinha em melhor fase que Adriano, havia conquistado a vaga na Copa - e vetado Neymar - após apenas 23 minutos com Dunga e - vai saber? - poderia ter correspondido. Acabou jogando 5 minutos contra Portugal. E foi o fim de sua vida na Seleção.
Moral: segue nulo
Idade em 2014: 35 anos

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Copo meio cheio

O que tirar de positivo da eliminação do Brasil?

- Dunga nunca mais
- Assim como Michel Bastos, Gilberto Silva e Felipe Melo
- Quem sabe não ocorre o efeito inverso de 1986? Ao invés da Era Dunga, pode surgir a Era Ganso!
- A habilidade volta a valer mais que o comprometimento
- Nem um nem outro: não adiantou o Big Brother de 2006 nem a clausura de 2010. Sejamos normais!
- Lúcio e Juan, a melhor zaga da história da Seleção
- A Holanda, segundo time de todos que gostam de futebol, pode finalmente ser campeã

Vão falando nos comentários, que eu vou inserindo.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Depois de Dunga, quem?

De acordo com boa parte dos jornalistas que foram à África do Sul, Dunga não segue no comando da Seleção após a Copa, vencendo ou não. Muito por conta de seus conflitos com os interesses comerciais da CBF.

Vamos consultar alguns jornalistas esportivos para saber quem eles acham que vai assumir a Seleção depois da Copa e quem eles gostariam que assumisse.

Começamos com quem faz o blog:

Maurício Svartman
Quem acha que vai assumir: Paulo Autuori
Quem gostaria que assumisse: Mano Menezes

Milly Lacombe
Quem acha que vai assumir: Mano Menezes
Quem gostaria que assumisse: Algum técnico holandês

Leonardo Bertozzi (Trivela, ESPN Brasil)
Quem acha que vai assumir: Leonardo
Quem gostaria que assumisse: Mano Menezes

Alexandre Lozetti (Lance!)
Quem acha que vai assumir: Se a Seleção for campeã, Leonardo (mesmo perfil de Dunga). Se perder, Mano Menezes.
Quem gostaria que assumisse: Muricy Ramalho (mantém o estilo Dunga e tem tudo a ver com Teixeira e Américo)

Zé Gonzalez (Globoesporte.com)
Quem acha que vai assumir: Mano Menezes
Quem gostaria que assumisse: Mano Menezes

Dassler Marques (Terra)
Quem acha que vai assumir: Jorginho
Quem gostaria que assumisse: Mano Menezes

Vanessa Ruiz (Revista da ESPN)
Quem acha que vai assumir: Leonardo
Quem gostaria que assumisse: Felipão

Juliano Costa (Yahoo! Esportes)
Quem acha que vai assumir: Abel Braga
Quem gostaria que assumisse: Felipão (mas acabou de voltar pro Palmeiras)

Quem acha que vai assumir: Leonardo
Quem gostaria que assumisse: Marcelo Bielsa

Rodrigo Bueno (ESPN Brasil/Folha)
Quem acha que vai assumir: Leonardo
Quem gostaria que assumisse: Cruyff

Gian Oddi (Ig, ESPN Brasil, Placar)
Quem acha que vai assumir: Leonardo
Quem gostaria que assumisse: Mano Menezes

Mariana Bastos (Folha)
Quem acha que vai assumir: Mano Menezes
Quem gostaria que assumisse: Mano Menezes

Gustavo Zupak (Rádios Globo e CBN)
Quem acha que vai assumir: dupla Jorginho-Leonardo
Quem gostaria que assumisse: Mano Menezes

Pedro Só (Globoesporte.com)
Quem acha que vai assumir: Muricy ou Felipão
Quem gostaria que assumisse: Joachim Löw

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Para a Copa de 2010 não ter a menor média de gols da história, precisam ser marcados mais 19 gols nos 8 jogos que faltam.

A Copa de 1990 teve 115 gols em 52 jogos (média de 2,211). A atual, 123 gols em 56 jogos (2,1964). Se chegar a 142 gols em 64 jogos, a média vai para 2,218.

Não é nada, não é nada... Não é nada.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Ilhas Maurício, 13 de julho de 2034

Terminou ontem a mais disputada Copa do Mundo da história. A vitória da Suíça por 2 x 0 diante do forte time japonês foi incontestável e repleta de lances emocionantes. Por isso muita gente tem preferido dizer que a suíça aplicou uma goleada no Japão - e a afirmação pode até ser discutível já que apenas um jogo dessa Copa teve placar diferente de 0x0, 1x1 ou 1x0 - mas o fato é que a partida foi absolutamente equilibrada, com os dois times buscando jogar bola (foram adoráveis 14 minutos de bola rolando) e tendo uma chance de gol cada.

O jogo também pode ser considerado histórico pelo baixo números de faltas – 196 apenas (112 cometidas por suíços), e porque, pela primeira vez em três meses, somente um jogador teve que ser retirado de campo pela ambulância (Mitsubishi passa bem depois de ter recebido doses de células-tronco que possibilitarão a regeneração da parte lesada de sua coluna vertebral.) Para lembrar, a média de jogadores severamente lesionados ou mortos em Copas é de 2,5 por partida desde 2018.

Os melhores momentos disponibilizados pela FIFA para hologramas cadastrados em seu site comprovam que os dois times jogaram, como se deve jogar, para não perder, e o fizeram de forma heróica. Dos 97 carrinhos aplicados pelo time japonês, pelo menos quatro deles poderiam ter sido eleitos os mais belos da Copa (A FIFA divulgará amanhã os vencedores dos prêmios de melhor carrinho, lateral melhor batido, escanteio melhor cobrado, melhor simulação de falta e falta menos violenta). Também amanhã a FIFA tornará disponível os replays de alguns lances duvidosos pelo custo de R$ 130 o décimo de segundo do download (mas apenas para torcedores cadastrados e que não tenham antecedentes de críticas à entidade).

O fato é que mais uma Copa chega ao fim, e essa, em especial, vai deixar saudade. Seja pelo lateral incrivelmente bem batido por Apple, atacante americano, pelo perfeito sistema defensivo do time Esloveno, que acabou eliminado sem sofrer nenhum gol em tempo normal (aliás, o time completa no próximo mês oito anos sem sofrer gols), seja pelo novo recorde estabelecido por argentinos, que conseguiram aplicar um drible completo, sem ser seguido de falta, no cada vez mais sólido time coreano (o drible aplicado por Alfajores sobre Fajitas ficará em nossa memória por muitos anos). Mais do que nunca o futebol levou a campo sua verdadeira essência: a defesa.

A grande decepção foi o time holandês, que insiste em jogar tocando a bola. Além de não terem sido capazes de completar nenhuma dessas tentativas de tabela ou triangulação (desde 2021 não se tem notícia de tabela ou triangulação que tenha deixado de ser interrompida por falta e ainda assim esse time insiste), quatro de seus jogadores continuam hospitalizados. Dois deles, ainda em coma, vitimas do inapelável soco na cabeça dado por atacantes da China e da Noruega que não aceitaram, como nenhum de nós aceitaria, a tentativa de um chapéu e de uma caneta nos jogos da fase classificatória. Não custa lembrar que os outros dois holandeses que perderam a perna esquerda por causa de carrinhos no meio de campo, bem aplicados, aliás, passam bem e devem voltar a jogar em seis meses, já que os implantes foram realizados com sucesso.

O que não pode deixar de ser dito é que está mais do que na hora de determinados jogadores, especialmente holandeses e argentinos, pararem de tentar aplicar o que chamamos de dribles desmoralizantes – caneta, chapéu, drible da vaca entre eles. Desde 2020, quando a FIFA publicou a lista de 10 dribles rigorosamente proibidos por afetar a masculinidade do atleta, essas tentativas vêm sendo rigorosamente punidas pelo trio de arbitragem, sempre soberano em suas decisões que, por lei-FIFA, não fazem uso de tecnologia. Tango, o portenho que tentou dar uma caneta no russo Smirnoff, ainda conseguiu ver o juiz sacando o vermelho antes de levar o esperado soco de Smirnoff e cair estatelado. Na sequência, Smirnoff, enquanto esmurrava o peito estufado, foi aplaudido de pé pelas 12 mil pessoas que lotavam o estádio, fazendo desse o momento mais emocionante e mágico da partida, que foi reiniciada logo depois que o sangue foi retirado da grama sintética.

Agora é esperar pela Copa de Fernando de Noronha, em 2038, ano em que o Brasil voltará a ter a chance de sediar a competição depois do colossal fiasco de 2014, quando perdeu para o Canadá, a seis meses da Copa, o direito de organizar a competição. O entrave marcou o rompimento entre o presidente da Conferedação Brasileira de Futebol – Ricardo Teixeira, que ficou 43 anos no poder – e a FIFA. Fato que, para muitos, determinou a queda da seleção brasileira no ranking; uma seleção que um dia já foi a primeira e hoje não está nem entre as 30.

Portugal x Espanha

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Chile x Espanha

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Camarões x Holanda e Japão x Dinamarca

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Alemanha x Gana

terça-feira, 22 de junho de 2010

Argentina x Grécia

Alma de ditador

Dunga não atura quem pensa diferente dele. Quando topa com um desses por aí, sente vontade de xingar, ofender. Como o cara ousa?

Esse é o princípio ativo da ditadura - a punição a quem pensa diferente. Democracia é o oposto disso; faz valer o que pensa a maioria, mas recebe e discute as mais divergentes opiniões.

Simplesmente porque você só cresce, amadurece e se aperfeiçoa quando é exposto a novas ideias, novos pensamentos.

Ler e ouvir aqueles que pensam diferente, mesmo que seja para debater, é se manter são.

Alguns de meus melhores amigos são os que discordam de mim, muitas vezes de forma contundente. E em assuntos tão fundamentais, como religião, política e futebol. Discordar não é ofensa, ou não deveria ser.

Mas Dunga não é esse cara, e a CBF não é essa instituição. Para eles, o que vale é a patrulha ideológica; quem não pensa como a gente, não é patriota e precisa ser punido. A seleção usada como instrumento de controle das massas, de nacionalismo, a exemplo do que fazem e já fizeram as grandes ditaduras da história.

Ser patriota é, entre outras coisas, não superfaturar – um exemplo apenas. Alguns dos organizadores do Pan'07, ainda às voltas com o TCU e que podem ser vistos torcendo ferrenhamente pela seleção, camisa no peito, bandeira na mão e fazendo uso de gritos primatas a cada gol, são mais patriotas do que o sujeito que paga os impostos em dia e quer que o time de Dunga se exploda? Creo que no.

Mas se esse estilo tirano de Dunga nos frequenta faz quatro anos, por que só agora está sendo considerado insuportável? Porque só agora ele levou a cabo de forma pública e constrangedora a birra que tem com a Globo.

Faz bastante tempo que ele vem espinafrando publicamente repórters de outros veículos, mas o barulho nunca foi tão grande enquanto ele mantinha o braço de ferro com a Globo nos bastidores. Só que quem pisa publicamente no pé do gigante das comunicações vai ter que enfrentar a máquina. Mas Dunga é cabra macho. E, na cartilha de ética dele, ser cabra macho é olhar no olho de quem discorda de você e xingar muito.

De preferência, tendo um microfone às mãos enquanto o merecedor de seus impropérios não tem um.

Então, é de se esperar que ele continue a enfrentar a Globo nesse estilo sofisticado de sempre. E a gente vai ficando à margem da discussão fundamental, da pergunta crítica, do bate-papo que pode ajudar a entender e explicar.

Fico imaginando a coletiva de Dunga se o Brasil for eliminado e tenho a certeza que não chegará aos pés da que ele dará se for campeão. Essa sim, a pior de todas as entrevistas.

Quem não tinha motivo para torcer contra a seleção, esse parece ser um dos bons.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Saiba pelo que torcer amanhã

Grupo A
Uruguai - 4 pontos, 3 gols pró, 0 gol contra (+3)
México - 4 pontos, 3 gols pró, 1 gol contra (+2)
França - 1 ponto, 0 gol pró, 2 gols contra (-2)
África do Sul - 1 ponto, 1 gol pró, 4 gols contra (-3)

Última rodada: México x Uruguai e África do Sul x França
Uruguai - precisa de um empate para ser o primeiro colocado e fugir da Argentina. Se perder, fica em 2º e pega a Argentina. Se perder e França ou África do Sul vencerem e tirarem a diferença no saldo, fica fora.
México - se vencer, se classifica em 1º e foge da Argentina. Se empatar, pega a Argentina. Se perder e e França ou África do Sul vencerem e tirarem a diferença no saldo, fica fora.
França - precisa vencer, tirar a diferença no saldo para o perdedor de México x Uruguai e torcer para eles não empatarem
África do Sul - precisa vencer, tirar a diferença no saldo para o perdedor de México x Uruguai e torcer para eles não empatarem

Grupo B
Argentina - 6 pontos, 5 gols pró, 1 gol contra (+4)
Coreia do Sul - 3 pontos, 3 gols pró, 4 gols contra (+1)
Grécia - 3 pontos, 2 gols pró, 3 gols contra (-1)
Nigéria - 0 ponto, 1 gol pró, 3 gols contra (-2)

Última rodada: Argentina x Grécia e Nigéria x Coreia do Sul
Argentina - precisa de um empate para ser a primeira colocada. Se perder e a Grécia tirar o saldo, fica em 2ª. Se perder e a Coreia vencer e tirar o saldo, está fora.
Coreia do Sul - se vencer e a Argentina perder, pode tirar o saldo e ficar em primeiro. Se vencer e a Argentina não perder, se classifica em 2º. Se empatar e a Grécia não vencer, se classifica em 2ª. Se empatar e a Grécia vencer, está fora. Se perder por 1 gol, depende de derrota da Grécia p/ se classificar em 2ª. Se perder por 2 gols, está fora.
Grécia - se vencer, tirar o saldo da Argentina e ficar à frente da Coreia, termina em 1ª. Se vencer, mas não tirar o saldo da Argentina, precisa ficar à frente da Coreia no saldo para terminar em 2ª. Se empatar, depende de derrota da Coreia para ficar em 2ª. Se perder, está fora.
Nigéria - precisa vencer por 2 gols e torcer por derrota da Grécia para se classificar em 2º
Espanha x Honduras

domingo, 20 de junho de 2010

Brasil* só conquistou 4 títulos de forma não-invicta em sua história:


Campeonato Sul-americano de 1949

- perdeu do Paraguai por 2 a 1 na 1ª fase. Venceu o Paraguai na final (jogo desempate) por 7 a 0. A Argentina não participou


Copa América de 2004

- perdeu do Paraguai por 2 a 1 na 1ª fase. Venceu a Argentina na final, nos pênaltis, após empate por 2 a 2.


Copa das Confederações de 2005

- perdeu do México por 1 a 0 na 1ª fase. Venceu a Argentina na final por 4 a 1.


Copa América de 2007

- perdeu do México por 2 a 0. Venceu a Argentina na final por 3 a 0.


*equipe principal

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Inglaterra x Argélia

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Espanha x Suíça

Dia 5

Nova Zelândia 1x1 Eslováquia - NZ jogou mais do que esperavam e Eslováquia jogou menos. Empate justo para dois times fracos.

Costa do Marfim 0x0 Portugal - houve quem dissesse que foi um bom jogo. Achei horrível. Mas na média da Copa. Ambos darão trabalho para o Brasil, pois não são times ofensivos. Cristiano Ronaldo começou bem o jogo, acertou a trave, levou umas 2 porradas e apagou. Danny não jogou nada. Drogba voltou de operação no segundo tempo mas tampouco fez algo. Destaque para o habilidoso meia Gervinho, da Costa do Marfim.

Brasil 2x1 Coreia do Norte - Estreia nervosa do Brasil contra um time fraco, mas que não será o saco de pancadas da chave, deve tirar pontos de Costa do Marfim e/ou Portugal. Robinho melhor em campo, Maicon e Michel Bastos bem também. Kaká apagado, não deu nenhuma de suas tradicionais arrancadas pelo meio. Gilberto Silva é o elo mais fraco do time. Felipe Melo e Elano foram bem. A zaga foi melhor atacando que defendendo, ainda que Juan tenha feito bons desarmes. Luís Fabiano sumiu no meio da retranca norte-coreana. Não creio que o Brasil perderá jogos na primeira fase, então a Copa começa mesmo só nas quartas, contra a Holanda.

Dia 6

Chile x Honduras - Vitória fácil do Chile, talvez de goleada. Honduras é fraca e o Chile de Bielsa é um dos poucos times ofensivos da Copa. Chuto 3x0.

Espanha x Suíça - Espanha é o time de melhor toque de bola da Copa, mas a Suíça é uma seleção historicamente retranqueira. A ver se A Fúria fura a retranca. Chuto empate por 0x0 ou Espanha 1x0.

África do Sul x Uruguai - Se a África do Sul perder, está fora. Então vai ganhar, de um jeito ou de outro. 1x0. Pobre Uruguai.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Costa do Marfim x Portugal

Julio César – sem culpa no gol acabou salvando o Brasil de um constrangimento ainda maior evitando pelo menos outros dois gols certos.

Maicon – Não conseguiu apoiar de forma eficiente, embora tenha tido pouco trabalho já que a Coréia do Norte entendeu que o caminho da felicidade estava do lado oposto do campo

Lucio – A garra de sempre, mas mostrou que está cansado e, quando o cansaço bate, entra em campo aquela falta de jeito que lhe é tão peculiar. Tropeçou na bola pelo menos duas vezes ao tentar sair jogando.

Juan – Ao ser obrigado a cobrir as costas de Michel Alves, acabou deixando a zaga mais exposta do que o normal. Foi bem no primeiro tempo, quando tinha fôlego, e mal no segundo.

Michel Alves – Como lateral, é um meia e talento médio descolado. Péssimo para o time, ótimo para o adversário. Gilberto – Também perdeu a ginga de lateral, mas pelo menos ficou plantado e acabou por estancar a sangria do lado esquerdo da defesa brasileira.

Gilberto Silva – Por que ele ainda é convocado mesmo? Lento, sem brilho, sem fôlego. Foi mal.

Felipe Mello – Não foi expulso.

Elano – Não é volante, não é meia, não é. Taticamente, foi importante, especialmente durante os 15 minutos de bom futebol que a seleção mostrou.

Kaká - Fora de ritmo, for a de forma, não acertou um passe que não fosse lateral e foi anulado pela marcação coreana. Julio Batista – Valente, trombador, acabou dando vida ao ataque brasileiro. Chutou uma bola na trave e fez uma assistência para Robinho, que mandou a bola para além da Cidade do Cabo.

Robinho – Se jogasse metade do que ele acha que joga, ou do que ele tem capacidade para jogar, seria craque (mas aí não seria convocado por Dunga, naturalmente). Muita graça e pouco futebol, como sempre.

Luis Fabiano – Ao lado de Julio Batista, o mais determinado. Mas está visivelmene fora de ritmo e de forma. Como seu reserva se chama Grafite, não tem o que temer.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Dia 4 - a primeira zebra

Holanda 2 x 0 Dinamarca - Dinamarca mostrou que foi à África para cumprir tabela. Holanda demonstrou nervosismo de estreia, e não acho que com Robben em campo teria sido diferente. Zaga (baixa) se mostrou vulnerável. Deve cair para o Brasil nas quartas.

Camarões 0 x 1 Japão - Zebraça. Japão tinha perdido os 4 amistosos preparatórios - e marcado apenas 1 gol, mas hoje jogou muito bem. Já Camarões decepcionou, com meio de campo com pouquíssima criatividade e toque de bola ruim. Eto'o não viu a cor da bola. Ainda pode passar de fase se ganhar da Dinamarca e não perder da Holanda.

Itália 1 x 1 Paraguai - Resultado previsível. Itália não tem um armador decente, os atacantes são lentos... enfim, é a Itália. Saiu atrás em lance de bola parada e sofreu muito para criar chances lá na frente. Paraguai pode passar de fase, olha só...

Dia 5

Nova Zelândia x Eslováquia - Eu não me surpreenderia com uma vitória neozelandesa. O time cresceu muito e bateu a Sérvia antes da Copa. Eslováquia tem Marek Hamsik, jovem meia revelação do Napoli. Há quem aposte em boa campanha eslovaca. Eu não. 0x0.

Costa do Marfim x Portugal - Grande incógnita. Drogba se recuperou e terá Yaya Touré e Gervinho para servir a bola. Cristiano Ronaldo não participou de nenhum gol português nas Eliminatórias, então a Selecção (sem Nani) terá de apostar no habilidoso Danny. 1x1.

Brasil x Coreia do Norte - Não há futebol que a Coreia do Norte apresente que possa ser descrito como "surpreendente" no dia seguinte. Não há mais desculpas, nem a de que "não há mais bobo no futebol". O Brasil, como sempre, só perde para ele mesmo, mesmo quando enfrenta as maiores retrancas. Se marcar na primeira meia hora, o jogo fica fácil. Se for para o intervalo com empate ou derrota parcial, virá o desespero visto nas Eliminatórias. Espero um jogo feio e eficiente: 2x0. L. Fabiano e Robinho.

P.S.: A importância da vitória no primeiro jogo da Copa, com estatísticas, aqui
(Escrevemos isso outro dia e iríamos deixar para postar amanhã, mas, como a Revista Bula fez algo similar (aqui), não quis deixar que parecesse que tínhamos roubado a ideia.)

Antecipando pautas

Por que o Brasil perdeu a Copa
Por Milly Lacombe

1) Dunga confundiu raça com totalitarismo. Ao buscar apagar aquela imagem de estrelismo e displicência de 2006, impôs regime ditatorial à seleção. Conseguiu formar um grupo fechado, carrancudo e raçudo, mas esqueceu que seria preciso ter variação tática, leveza e ginga para chegar ao topo.

2) O Brasil não sabe mais tocar a bola. O retrato da tragédia pôde ser visto contra a Tanzânia, ainda nos amistosos preparatórios, quando, mesmo diante de um adversário tecnicamente muito fraco, a seleção não foi capaz de executar nenhuma triangulação, nenhuma troca de bola, nenhuma jogada de efeito.

3) Não temos variação tática. Tá certo que o recurso de jogar fechado e sair no contra-ataque é legítimo em determinadas circunstâncias, mas não ter outros recursos táticos e estratégicos fora esse, e numa Copa do Mundo, é morte precoce na certa.

4) Kaká não é armador. Não adianta tentar fazer com que ele tenha a maestria de Alex, Zico, Riquelme, Zidane. Kaká é ponta de lança, bom finalizador, mas jamais será o maestro do time. Ao colocar ele nessa função, o que vimos foi um time sem criatividade e sem armação.

5) Ganso fez falta. Esse era o cara. Ganso é maestro, faz a bola girar, dá ritmo ao jogo, encontra espaços onde parecia não haver nada. Poderia ter nos salvado.

6) Não temos um Messi. Infelizmente, não temos um jogador com os recursos técnicos do argentino, eleito o melhor jogador da Copa. Um cara que consegue se desmarcar como nenhum outro, que faz o papel do armador quando é preciso, que finaliza bem e que confere ao jogo o sentido de arte, seja em um drible, em um lançamento ou em um gol por cobertura.

7) Nos tornamos caretas. Um time que joga de forma careta, estilo papai-mamãe, pode, claro, chegar ao topo. Mas há uma certa poesia quando não conseguem prevalecer. Não há como ser herói e conservador. Todos os heróis da história foram transgressores.

8) Não somos mais tão temidos. Faz 20 anos que não conseguimos jogar como sempre jogamos: criativamente, com dribles e ginga. Vivíamos de temor histórico, mas outras seleções acabaram percebendo que não éramos mais os mesmos e o peso da amarelinha diminuiu.

9) Trocamos o complexo de vira-lata pelo complexo de pitbull. Uma coisa é não nos acharmos merecedores da admiração alheia. A outra é acharmos que somos tão fortes, invencíveis e poderosos que não precisamos sequer estudar o adversário. A derrota para a Costa do Marfim talvez tenha aberto a ferida.

10) A roupa do Dunga. Aquela camisa amarela de bolas verdes debaixo do paletó azul de listas brancas deve ter ofuscado alguns jogadores durante a derrota de 3x0 para o Chile. Só isso explica Michel Alves ter simplesmente parado de correr abruptamente e levado às mãos aos olhos no lance do segundo gol chileno, justamente quando passava bem à frente ao banco brasileiro.

Por que o Brasil venceu a Copa
Por Maurício Svartman

1) Uma seleção hermética
Após o fracasso com o circo de 2006, quando a imprensa teve acesso total aos jogadores, a CBF decidiu mudar tudo: um técnico de estilo militar, duro e inflexível com a imprensa. Deu certo: os jogadores tiveram mais foco e puderam se concentrar exclusivamente na Copa

2) Apelo popular? Aqui não
Assim como Felipão com Romário em 2002, Dunga não deu ouvidos aos apelos da imprensa e do povo brasileiro: deixou Ronaldinho Gaúcho, Ganso e Neymar de fora, dando preferência a lealdade e comprometimento e deixando de lado a "molecagem"

3) Jogo bonito é jogo eficiente
O belo e ofensivo futebol apresentado por Argentina, Espanha e Holanda não alteraram em nada a convicção de Dunga no esquema "defesa e contra-ataque". Antes da Copa, o triunfo da Internazionale sobre o Barcelona na Liga dos Campeões já tinha demonstrado que aquele era o rumo a ser seguido, o que deu confiança ao técnico brasileiro

4) Kaká
O meia brasileiro deixou claro por que foi escolhido um dos melhores jogadores do mundo nas últimas temporadas: suas arrancadas e seus gol foram decisivos para os momentos de falta de criatividade da Seleção

5) Chave fácil
O que deveria ser um grupo da morte se mostrou um caminho fácil para o entrosamento da Seleção. Portugal e Costa do Marfim não deram trabalho, assim como o Chile nas oitavas-de-final. A partir da vitória sobre a Holanda, nas quartas, o Brasil já tinha "aquecido". Enquanto isso, Argentina, Espanha, Itália e Alemanha se matavam do outro lado da chave

6) Defesa forte
Júlio César, Lúcio e Juan confirmaram o posto de melhor defesa do mundo. Os buracos deixados por Michel Bastos na estréia contra a Coreia do Norte foram fechados com a entrada de Gilberto, corrigindo o único defeito da retaguarda brasileira.