domingo, 21 de novembro de 2010

O boxe brasileiro é uma farsa

Este blog é de futebol, mas está tão parado que acho que a @millylacombe não vai se incomodar se eu falar de boxe. A história que vou contar se passou em 2003. Eu cursava jornalismo na Cásper Líbero e participei de um bom curso de Jornalismo Esportivo com o Elias Awad. Numa das aulas, ele nos levou para gravar passagens no Ginásio Baby Barioni, onde ocorriam lutas de boxe amador e profissional.

A memória me falha em boa parte daquela noite, mas algumas coisas ficaram marcadas. A luta principal da noite era entre um brasileiro (aparentemente um fenômeno do boxe, com 8 vitórias em 8 lutas, todas por nocaute, ou algo assim) e um argentino. Fui entrevistar o brasileiro no vestiário, e o cara estava mais calmo que um mestre zen jamaicano. Nada de adrenalina, nada de ansiedade, apenas a certeza da vitória. Pensei: "o cara deve ser muito foda, autoconfiança imensa".

Entrevistamos mais algumas pessoas, e uma fala me deixou ressabiado: um frequentador disse que era necessário fazer um bom cartel para o cara poder sair do país ou disputar cinturão, ou algo que não me lembro ao certo. (Não entendo muito de boxe, então essa parte técnica me escapa.) E começou a luta.

O brasileiro batia e o argentino, mais gordinho que o dominicano que enfrentou o Michael Oliveira ontem, apenas se defendia, fingia que jogava uns golpes aqui e ali. Nesta hora me dei conta da armação, porém havia ainda a possibilidade de o brasileiro simplesmente ser bom demais para o cara. Mas aí veio o nocaute.

Um golpe na barriga, que não acertou seu alvo, apenas o ar (disto tenho certeza, eu estava a 2 metros do lance), e o argentino foi abaixo. E não levantou mais. Pensei em crise de apendicite ou algo assim, porque aquele golpe não derrubaria nem a menina Maísa. Enfim, o brasileiro ganhou, comemorou, melhorou seu cartel e o argentino certamente levou alguma graninha.

Filmes hollywoodianos já mostraram as armações que ocorrem no boxe de lá, mas a imagem que ficou em minha cabeça não foi gravada em estúdio. Posso afirmar, com certeza, que eu presenciei uma farsa. E, quando vejo uma luta muito fácil por aqui, que me desculpem os boxeadores honestos, sempre desconfio.

4 comentários:

  1. Lamentável esse texto, principalmente após comemorarmos na semana passada os 50 anos do primeiro título mundial de boxe conquistado por um brasileiro, Éder Jofre. O blog provavelmente não deve saber quem é. E já que tenta falar de futebol, vamos fazer uma rápida anologia. No Brasileirão 2005 tivemos jogos manipulados, árbitros comprados e etc. O Blog sustenta que o futebol brasileiro é uma farsa, como faz com o boxe?

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  2. Falei do boxe atual, Marco, não da época de Jofre.

    E, sim, o futebol mundial é movido por forças ocultas das quais nunca saberemos detalhes. Se Copas do Mundo são manipuladas por interesses político-econômicos, quem dirá uma Libertadores, um Brasileirão, um Paulistão...

    Só torcemos porque somos movidos pela paixão pelos nossos times. Fôssemos dominados pela racionalidade, não nos alegraríamos com as vitórias nem nos entristeceríamos pela derrota.

    Abraço.

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  3. E, quando vejo uma luta muito fácil por aqui, que me desculpem os boxeadores honestos, sempre desconfio.
    E não é...

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  4. Exato, Victor, mesma coisa. São Paulo entregou para o Flu, assim como Corinthians havia entregado para o Fla. Sempre desconfie de jogos ou lutas muito fáceis.

    Abs

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